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Homens à Beira de um Ataque de Nervos

Diretor
Audrey Dana
Elenco
Thierry Lhermitte, Ramzy Bedia, Marina Hands
Ano
2022
País
França

Comédia Prime Video ml-dramedia ml-relacoes ml-frança ml-europa ml-cannes ml-wood-allen ml-mk

Homens à Beira de um Ataque de Nervos

Em um primeiro olhar, "Homens à Beira de um Ataque de Nervos" pode parecer aquele tipo de comédia pastelão, já que se apoia em esteriótipos muito bem definidos para contar uma história que soa superficial, mas é muito mais profunda do que aquilo que vemos na tela. A jovem diretora Audrey Dana (de "O que as mulheres querem") sabe muito bem disso e é aí que, de uma forma muito inteligente, ela usa da leveza e do sorriso fácil para nos manter engajados com a história e assim, pouco a pouco, vai no conectando com os dramas dos personagem sem pesar muito a mão. Eu diria que o filme é daqueles entretenimentos gostosos de assistir e que no final deixa uma mensagem bacana. Todos vão gostar? Não, definitivamente não. Começando pelo fato de ser uma produção francesa que traz no seu DNA uma ironia que permite o excesso sem soar idiota para quem embarca na narrativa e isso, sem dúvida, não agrada muita gente.Uma boa referência é "Normandia Nua" - se você gostou desse filme, provavelmente você vai se divertir aqui, caso contrário, melhor partir para o próximo.

Em "Homens à Beira de um Ataque de Nervos" acompanhamos um grupo de homens de diferentes idades que, em crise, se inscrevem para um retiro terapêutico em meio à natureza. O que eles não imaginavam era que essa peculiar jornada de auto-descoberta seria comandada por uma excêntrica mentora chamada Ômega (Marina Hands). Confira o trailer:

O roteiro escrito pela Claire Barré (do premiado "Un monde plus grand") ao lado da própria Dana, embora seja construído com uma base humorística em sua essência, aborda temas profundos e relevantes, oferecendo uma perspectiva sobre a masculinidade contemporânea e os desafios que os homens enfrentam em suas vidas no dia a dia. Dana, com muita sensibilidade, consegue equilibrar com maestria os momentos mais escrachados com passagens mais sensíveis que, mesmo engraçadas, deixam fagulhas que bem trabalhadas entregam uma experiência cinematográfica reflexiva. Um bom exemplo é a discussão sobre a homossexualidade de um dos personagens que ao ser confrontado por um jovem que sofre da "síndrome de Fabry", onde um adulto tem a aparência física de um adolescente, dá uma aula sobre auto-aceitação e preconceito.

Olhando por uma perspectiva mais técnica até, Dana sabe que alternando momentos de humor com introspecção emocional, a audiência tende a se sentir mais tocada. A fotografia do Pierre Aïm (de "Inocência Roubada") merece certa atenção nesse sentido já que ela cria uma atmosfera visualmente envolvente nos planos mais abertos, aproveitando a natureza, mas sempre colocando um personagem em segundo plano, enquanto a ação em si acontece em primeiro plano - o interessante é que essa distância entre os quadros vai diminuindo com o decorrer do filme e no final, todos os personagens estão alinhados no mesmo ponto focal. É como se, visualmente, ficasse claro que embora diferentes em suas dores, no final, todos são iguais. Outro ponto que merece sua atenção, é a trilha sonora - ela é peça fundamental para pontuar as emoções e aqui eu destaco a performance de François-Xavier Demaison (o Antoine) bem no final do filme - muito bonito!

"Homens à Beira de um Ataque de Nervos" usa da qualidade dos seus atores, especialmente de Thierry Lhermitte (Hippolyte) e de Ramzy Bedia (Romain), para nos divertir com algumas das "histerias" mais "normais" do sexo masculino - aliás, essa é uma linha condutora bastante pertinente e proposital que nos remete à antológica comédia espanhola "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" de Pedro Almodóvar. No final, o que cada personagem busca, mesmo que de forma inconsciente, é o amor, a alegria e um sentido para continuar vivendo, e a partir do momento em que cada um deles começa a enfrentar seus traumas e rir de suas próprias frustrações, o tão desejado resultado chega - para eles e, essencialmente, para nós.

Vale seu play!

Assista Agora

Em um primeiro olhar, "Homens à Beira de um Ataque de Nervos" pode parecer aquele tipo de comédia pastelão, já que se apoia em esteriótipos muito bem definidos para contar uma história que soa superficial, mas é muito mais profunda do que aquilo que vemos na tela. A jovem diretora Audrey Dana (de "O que as mulheres querem") sabe muito bem disso e é aí que, de uma forma muito inteligente, ela usa da leveza e do sorriso fácil para nos manter engajados com a história e assim, pouco a pouco, vai no conectando com os dramas dos personagem sem pesar muito a mão. Eu diria que o filme é daqueles entretenimentos gostosos de assistir e que no final deixa uma mensagem bacana. Todos vão gostar? Não, definitivamente não. Começando pelo fato de ser uma produção francesa que traz no seu DNA uma ironia que permite o excesso sem soar idiota para quem embarca na narrativa e isso, sem dúvida, não agrada muita gente.Uma boa referência é "Normandia Nua" - se você gostou desse filme, provavelmente você vai se divertir aqui, caso contrário, melhor partir para o próximo.

Em "Homens à Beira de um Ataque de Nervos" acompanhamos um grupo de homens de diferentes idades que, em crise, se inscrevem para um retiro terapêutico em meio à natureza. O que eles não imaginavam era que essa peculiar jornada de auto-descoberta seria comandada por uma excêntrica mentora chamada Ômega (Marina Hands). Confira o trailer:

O roteiro escrito pela Claire Barré (do premiado "Un monde plus grand") ao lado da própria Dana, embora seja construído com uma base humorística em sua essência, aborda temas profundos e relevantes, oferecendo uma perspectiva sobre a masculinidade contemporânea e os desafios que os homens enfrentam em suas vidas no dia a dia. Dana, com muita sensibilidade, consegue equilibrar com maestria os momentos mais escrachados com passagens mais sensíveis que, mesmo engraçadas, deixam fagulhas que bem trabalhadas entregam uma experiência cinematográfica reflexiva. Um bom exemplo é a discussão sobre a homossexualidade de um dos personagens que ao ser confrontado por um jovem que sofre da "síndrome de Fabry", onde um adulto tem a aparência física de um adolescente, dá uma aula sobre auto-aceitação e preconceito.

Olhando por uma perspectiva mais técnica até, Dana sabe que alternando momentos de humor com introspecção emocional, a audiência tende a se sentir mais tocada. A fotografia do Pierre Aïm (de "Inocência Roubada") merece certa atenção nesse sentido já que ela cria uma atmosfera visualmente envolvente nos planos mais abertos, aproveitando a natureza, mas sempre colocando um personagem em segundo plano, enquanto a ação em si acontece em primeiro plano - o interessante é que essa distância entre os quadros vai diminuindo com o decorrer do filme e no final, todos os personagens estão alinhados no mesmo ponto focal. É como se, visualmente, ficasse claro que embora diferentes em suas dores, no final, todos são iguais. Outro ponto que merece sua atenção, é a trilha sonora - ela é peça fundamental para pontuar as emoções e aqui eu destaco a performance de François-Xavier Demaison (o Antoine) bem no final do filme - muito bonito!

"Homens à Beira de um Ataque de Nervos" usa da qualidade dos seus atores, especialmente de Thierry Lhermitte (Hippolyte) e de Ramzy Bedia (Romain), para nos divertir com algumas das "histerias" mais "normais" do sexo masculino - aliás, essa é uma linha condutora bastante pertinente e proposital que nos remete à antológica comédia espanhola "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" de Pedro Almodóvar. No final, o que cada personagem busca, mesmo que de forma inconsciente, é o amor, a alegria e um sentido para continuar vivendo, e a partir do momento em que cada um deles começa a enfrentar seus traumas e rir de suas próprias frustrações, o tão desejado resultado chega - para eles e, essencialmente, para nós.

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