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Quarta, 14 Agosto 2019 09:20

Tendências - O Boom Asiático em Hollywood

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O protagonismo asiático nas produções americanas evidencia uma estratégia de expansão comercial alinhada aos discursos de inclusão e diversidade no audiovisual. Há interesse do polo criativo americano em se conectar cada vez mais com a massiva audiência dos territórios da Ásia. Empresas do calibre da Disney, HBO e Netflix passaram a desenvolver narrativas com personagens centrais de origem ou feição oriental. Hoje, vamos conferir algumas produções que já movimentam ou ainda prometem remexer com o mercado:

Talvez o gatilho mais poderoso nos últimos doze meses tenha sido o lançamento do filme "Podres de Rico" (Crazy Rich Asians). Com um elenco totalmente asiático, a produção fez história no cinema e acumulou uma bilheteria acima de 200 milhões de dólares. Protagonizado por Constance Wu e Henry Golding, a comédia romântica conta a história de Rachel Chu (Constante Wu), uma professora de economia nos EUA que namora com Nick Young (Henry Golding) já há algum tempo. Quando ela decide conhecer a família do namorado em Singapura, ela descobre que Nick é podre de rico e extremamente cobiçado pelas solteiras do local. Lá, Rachel ainda terá que lidar com o forte temperamento da sogra, que desaprova a união dos dois.

A princípio, um filme comum, sem maiores nuances artísticas, mas que conseguiu furar o bloqueio tradicionalista das comédias românticas americanas. Isso é um feito e tanto. Com o sucesso de "Podres de Rico", uma estrela do elenco despontou para a atenção da grande  

 

Nora Lum, mais conhecida como Awkwafina, é uma atriz e rapper americana de origem asiática (mãe chinesa e pai coreano). Seu jeito descontraído conquistou a imprensa e, atualmente, ela figura em capas de revista de grandes veículos como uma das representantes mais fortes do fortalecimento asiático no audiovisual dos EUA.

O trabalho mais notável de Awkwafina chama-se "The Farewell", filme independente lançado no Festival de Sundance de 2019 e que chegou às salas de cinema em território americano recentemente. Em uma linguagem mais emotiva, a produção conta como Billi (Awkwafina), uma aspirante à escritora, se reconecta com suas raízes chinesas ao saber que sua avó está com um câncer terminal. Essa reviravolta leva Billi para a cidade natal de sua família na China e estabelece uma troca cultural das mais interessantes. O filme é observado como uma obra de arte tocante e bastante contemporânea.

 

Na seara das produções para adolescentes, temos uma safra bacana. Projeto do futuro serviço de streaming HBO Max, "Anna K" é uma releitura do clássico da literatura russa "Anna Karenina", de Leon Tolstoy, adaptado do livro "Anna K: A Love Story", de Jenny Lee. Descrita como uma mistura de "Gossip Girl", "13 Reasons Why" e "Podres de Ricos", a série acompanhará a vida de uma adolescente rica e descendente de coreanos, dividida entre seu namorado ideal, aprovado pela família, e o garoto que tem todas as chances de ser seu verdadeiro amor.  

Na Netflix, duas comédias românticas teen com protagonistas descendentes de asiáticos já chacoalharam o mercado. A obra mais recente é "Meu Eterno Talvez" (Always Be My Maybe), estrelada por Ali Wong* e Randall Park. O filme fala sobre Sasha (Ali Wong) e Marcus (Randall Park), dois amigos de infância que voltam a se reencontrar na fase adulta. Enquanto Marcus tenta declarar seu amor, Sasha parece estar mais interessada em outro rapaz. 

 

*Aqui vale um destaque para Ali Wong, que além de atriz, é uma comediante de stand-up e escritora. Um dos grandes feitos de Wong como roteirista foi ter escrito três temporadas da sitcom "Fresh Off The Boat" (2015 – presente), primeira série com uma família asiática-americana a ser exibida no horário nobre desde 1994.

Não podemos nos esquecer do sucesso "Para todos os garotos que já amei" (To All The Boys I’ve Loved Before), filme que já conquistou sinal verde para duas sequências na Netflix. Com foco na história de Lara Jean Covey (Lana Condor), a produção mostra uma grande turbulência na vida da pacata adolescente quando suas cartas de amor secretas caem nas mãos das pessoas erradas. O hit também catapultou a carreira de Noah Centineo, par romântico de Lana no filme.

 

E para fechar em grande estilo, vamos para duas novidades da telona. Prometido pela Disney, o live-action de "Mulan" chega aos cinemas em março de 2020 após uma campanha na internet para evitar um whitewashing (atores brancos em papeis historicamente não brancos) na escalação da atriz protagonista. Liu Yifei, chinesa naturalizada americana, foi a escolhida para conduzir a personagem que se disfarça de homem para poder lutar no exército imperial da China.

 

Ah, e do lado dos super-heróis, a Marvel anunciou este ano o desenvolvimento de "Shang-Chi and The Legend of the Ten Rings", o primeiro filme do estúdio com um protagonista asiático. Com lançamento programado para 2021, o título é baseado no super-herói homônimo da Marvel Comics. Para viver o personagem principal, foi escalado o chinês naturalizado canadense Simu Liu, já conhecido da TV canadense por seu papel na sitcom "Kim’s Convenience".

A estratégia comercial, calcada na ampliação da diversidade como ativo cultural, é de extrema importância para o audiovisual americano. Representantes da estética asiática são um facilitador poderoso nesse diálogo global entre Hollywood e o continente mais populoso do mundo.

Quer saber mais sobre o assunto? Dá só uma olhada na reportagem de capa da última edição da Variety!!!

Read 8250 times Last modified on Segunda, 05 Outubro 2020 02:04

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