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Caminhos da Memória

Diretor
Lisa Joy
Elenco
Hugh Jackman, Rebecca Ferguson, Thandiwe Newton
Ano
2021
País
EUA

Ação Max ml-perseguição ml-crime ml-tecnologia ml-espionagem ml-bm ml-nolan ml-lcp ml-noir

Caminhos da Memória

Assistir "Caminhos da Memória" é como acompanhar a história de um bom jogo de video-game que mistura ficção científica com vários elementos de ação e investigação. Eu diria que o filme da estreante Lisa Joy (de "Westworld") é entretenimento puro, na linha de "Minority Report" com toques de "Max Payne" (o jogo).

Na história, Nick Bainnister (Hugh Jackman) é um veterano de guerra que vive em uma Miami do futuro, parcialmente submersa pelas águas do oceano que invadiram a cidade por causa do aquecimento global. Ele trabalha com a policia local operando uma “máquina da reminiscência” - uma tecnologia que permite que indivíduos revisitem memórias, experimentando-as novamente como se estivessem lá. Quando a cantora de boate Mae (Rebecca Ferguson) busca os serviços de Nick, os dois acabam se apaixonando e vivendo um caso intenso até que ela desaparece sem deixar vestígios, deixando o Nick obcecado por encontrá-la, custe o que custar. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso dizer que muitas pessoas criticaram o filme por criarem uma espécie de comparação bastante injusta pela própria proposta de Lisa Joy - "Caminhos da Memória" não é (embora pudesse ser) um filme do Christopher Nolan. Ele não tem a profundidade narrativa, a complexidade conceitual entre texto e imagem e muito menos a genialidade estética do diretor. Joy foi roteirista e co-criadora de "Westworld", é casada com o irmão de Christopher Nolan, Jonathan, e certamente foi influenciada por uma gramática cinematográfica muito próxima de "Amnésia", "A Origem" e "Tenet", principalmente ao guardar na manga algumas cartas que ajudam a complicar, e não propriamente simplificar, seus personagens, ou seja, nem tudo é exatamente o que parece ser - mas continua sendo um filme de Joy, não de Nolan.

Um dos maiores acertos do filme, sem dúvida, foi ter Paul Cameron ("Déjà Vu" e "Westworld") como diretor de fotografia. A imersão naquela realidade distópica é imediata e tão palpável quanto nos trabalhos de Roger Deakins em "Nova York Sitiada" ou "Blade Runner 2049". A ambientação feita em CGI também impressiona pelo alinhamento com um excelente design de produção, do competente Howard Cummings ("Westworld" e "Contágio"). O que eu quero dizer é que Lisa Joy contou com o que existe de melhor, técnica e artisticamente, para entregar um filme de ficção científica e ação focado no público adulto, que busca uma história madura e emocionalmente inteligente.

Minha única observação, em tempos de tantos projetos de séries sensacionais para o streaming, diz respeito ao potencial do roteiro para um desenvolvimento melhor das histórias paralelas. Veja, a sub-trama dos Barões que comandam essa Miami destruída pelas águas e que tem o controle das terras secas, merecia, de fato, uma atenção maior até para justificar o final (sem spoiler, mas será que viria um série por aí?). O arco da família do Barão Walter Sylvan (Brett Cullen), de sua esposa Tamara (Marina de Tavira) e do filho Sebastian (Mojean Aria), funciona, mas é apressada. O mesmo serve para Saint Joe (Daniel Wu) e sua conexão com as drogas e com a corrupção da policia local.

Com uma certa "poesia Noir", "Reminiscence" (no original) faz uma reflexão romântica sobre o impacto da memória nas nossas vidas, sem fugir dos perigos que ela pode representar quando da sua dualidade perante as escolhas na jornada do protagonista - como muito já foi discutido nos filmes do Nolan. Mais uma vez, o filme é competente e será um excelente entretenimento para quem embarcar na trama, para depois desligar a TV ou quem sabe mudar de canal com aquela sensação de boas duas horas de diversão sem a pretensão de serem inesquecíveis.

Assista Agora

Assistir "Caminhos da Memória" é como acompanhar a história de um bom jogo de video-game que mistura ficção científica com vários elementos de ação e investigação. Eu diria que o filme da estreante Lisa Joy (de "Westworld") é entretenimento puro, na linha de "Minority Report" com toques de "Max Payne" (o jogo).

Na história, Nick Bainnister (Hugh Jackman) é um veterano de guerra que vive em uma Miami do futuro, parcialmente submersa pelas águas do oceano que invadiram a cidade por causa do aquecimento global. Ele trabalha com a policia local operando uma “máquina da reminiscência” - uma tecnologia que permite que indivíduos revisitem memórias, experimentando-as novamente como se estivessem lá. Quando a cantora de boate Mae (Rebecca Ferguson) busca os serviços de Nick, os dois acabam se apaixonando e vivendo um caso intenso até que ela desaparece sem deixar vestígios, deixando o Nick obcecado por encontrá-la, custe o que custar. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso dizer que muitas pessoas criticaram o filme por criarem uma espécie de comparação bastante injusta pela própria proposta de Lisa Joy - "Caminhos da Memória" não é (embora pudesse ser) um filme do Christopher Nolan. Ele não tem a profundidade narrativa, a complexidade conceitual entre texto e imagem e muito menos a genialidade estética do diretor. Joy foi roteirista e co-criadora de "Westworld", é casada com o irmão de Christopher Nolan, Jonathan, e certamente foi influenciada por uma gramática cinematográfica muito próxima de "Amnésia", "A Origem" e "Tenet", principalmente ao guardar na manga algumas cartas que ajudam a complicar, e não propriamente simplificar, seus personagens, ou seja, nem tudo é exatamente o que parece ser - mas continua sendo um filme de Joy, não de Nolan.

Um dos maiores acertos do filme, sem dúvida, foi ter Paul Cameron ("Déjà Vu" e "Westworld") como diretor de fotografia. A imersão naquela realidade distópica é imediata e tão palpável quanto nos trabalhos de Roger Deakins em "Nova York Sitiada" ou "Blade Runner 2049". A ambientação feita em CGI também impressiona pelo alinhamento com um excelente design de produção, do competente Howard Cummings ("Westworld" e "Contágio"). O que eu quero dizer é que Lisa Joy contou com o que existe de melhor, técnica e artisticamente, para entregar um filme de ficção científica e ação focado no público adulto, que busca uma história madura e emocionalmente inteligente.

Minha única observação, em tempos de tantos projetos de séries sensacionais para o streaming, diz respeito ao potencial do roteiro para um desenvolvimento melhor das histórias paralelas. Veja, a sub-trama dos Barões que comandam essa Miami destruída pelas águas e que tem o controle das terras secas, merecia, de fato, uma atenção maior até para justificar o final (sem spoiler, mas será que viria um série por aí?). O arco da família do Barão Walter Sylvan (Brett Cullen), de sua esposa Tamara (Marina de Tavira) e do filho Sebastian (Mojean Aria), funciona, mas é apressada. O mesmo serve para Saint Joe (Daniel Wu) e sua conexão com as drogas e com a corrupção da policia local.

Com uma certa "poesia Noir", "Reminiscence" (no original) faz uma reflexão romântica sobre o impacto da memória nas nossas vidas, sem fugir dos perigos que ela pode representar quando da sua dualidade perante as escolhas na jornada do protagonista - como muito já foi discutido nos filmes do Nolan. Mais uma vez, o filme é competente e será um excelente entretenimento para quem embarcar na trama, para depois desligar a TV ou quem sabe mudar de canal com aquela sensação de boas duas horas de diversão sem a pretensão de serem inesquecíveis.

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