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Chef

Meu primeiro conselho, talvez seja o mais importante: não assista "Chef" com fome! O segundo: após assistir o filme, retorne para esse review que a receita no final do texto fará muito mais sentido para você! 

Carl Casper (Jon Favreau) é um respeitado chef de cozinha do restaurante Riva em Los Angeles. Sua equipe o adora, principalmente seus amigos Martin (John Leguizamo) e Tony (Bobby Cannavale). Quando um famoso crítico gastronômico marca de visitar o restaurante, Casper quer impressiona-lo de toda forma. Infelizmente, o dono do local, Riva (Dustin Hoffman), decide que eles devem continuar servindo os mesmos pratos de um cardápio, na visão dele, estabelecido e aprovado pelos clientes. Acontece que Carl não está nada confiante que esse cardápio possa impressionar o critico, mas sob pressão do empresário, e mesmo contrariado, atende ao pedido de Riva e acaba sendo massacrado pelo crítico. A crítica pouco elogiosa viraliza nas redes sociais e Carl resolve tirar satisfação, mas por não conhecer a dinâmica de postagens do Twitter, ele acaba provocando o crítico para uma espécie de revanche. Mais uma vez seus planos são minados por Riva, só que com um agravante: ele é demitido. Agora Carl precisa arranjar uma forma de se reinventar como chef ao mesmo tempo em que tenta se aproximar do seu filho. Confira o trailer:

Pela sinopse e pelo trailer, fica fácil perceber que o filme é praticamente uma comédia romântica onde a grande paixão do protagonista é a comida. Não é exagero algum comparar a dinâmica narrativa de "Chef" a um clássico dos anos 2000 e que trazia na sua história a mesma leveza e atmosfera: "Duets: Vem Cantar Comigo". Veja, um filme não tem nada a ver com outro, mas o mood  é semelhante: uma espécie de "Sessão da Tarde com um algo a mais" e que adoramos assistir!

Favreau que também dirigiu o filme, acertou em cheio na forma - e mesmo não tendo um conteúdo tão original ou sendo uma história imprevisível, eu diria que pela proposta, vai ser difícil encontrar algum defeito em "Chef". Visualmente, Favreau trabalhou a narrativa usando muito da poesia e provocando os sentidos como um ano depois "Chefs Table" fez. Ele consegue prender a audiência do primeiro ao último segundo do filme, literalmente - aliás, não deixe de assistir o "making of" de uma das cenas que fica disponível durante os créditos.

Outro elemento que salta aos olhos é o elenco: temos Dustin Hoffman, Scarlett Johansson, Bobby Cannavale, Oliver Platt e até Robert Downey Jr. em rápidas cenas, mas que colocam o filme em outro patamar. Sofia Vergara e de John Leguizamo dão o tom do filme ao lado do sempre carismático Favreau, porém o grande destaque é o jovem Emjay Anthony que interpreta o filho de Carl, Percy. Sensível e divertido, Anthony mostra muita maturidade e cria uma química impressionante com Leguizamo e Favreau, principalmente no final do segundo ato quando "Chef" ganha um "delicioso" status de road movie gastronômico.

"Chef" pode ter passado despercebido por você, até pelo tom independente do filme, então sugiro que você aproveite a oportunidade que o streaming está te proporcionando e dê o play! Será uma jornada muito agradável, divertida, emocionante e que vai aguçar os seus sentidos de uma forma que nos praticamente nos obrigou a colar uma receita de comida em um review de filme!

Bom apetite! 

Assista Agora

Bom, agora que vamos ao que interessa, o "Sanduíche Cubano":

Ingredientes:

Para Marinada

  • 2 colheres (sopa) Azeite
  • 1 unidade Laranja (suco)
  • 1 unidade Limão
  • 2 dentes Alho picado
  • 2 colheres (sopa) Coentro fresco picado
  • 1/2 colher (sopa) Hortelã fresca picada
  • 1/2 colher (chá) Cominho a gosto
  • 1/2 colher (chá) Sal
  • 200 g Lombo Suíno
  • 2 unidades Baguete pequenas
  • 40 g Manteiga
  • 10 ml Azeite
  • 4 fatias Presunto Royale
  • 120 g Queijo Suíço
  • 4 unidades Pepino em conserva (picles)
  • 20 g Mostarda Amarela

As instruções do chef:

Para a Marinada

  • Fatiar o lombo suíno em fatias finas
  • Ralar a casca de 1/2 laranja, e retirar o sumo da laranja inteira
  • Espremer o limão até obter todo o sumo
  • Em um saco hermético ou em um recipiente, colocar todos os ingredientes da marinada
  • Adicionar o lombinho suíno fatiado e levar para geladeira durante 20 minutos

Para o Sanduíche

  • Retirar as pontas da baguete e parti-las ao meio no sentido do comprimento
  • Passar manteiga na parte interna da baguete
  • Retirar o lombo da geladeira e grelhar em uma chapa bem quente, cerca de 1 minuto de cada lado
  • Reservar
  • Grelhar o pão com a parte da manteiga para baixo, quando dourar retirar da chapa
  • Grelhar os dois lados das fatias do presunto
  • Partir ao meio o pepino

Para a Montagem

  • Nas metades de baixo dos pães, colocar as fatias do lombo suíno, o presunto, o queijo suíço fatiado, e 4 pedaços de pepino
  • Na metade de cima, passar a mostarda amarela
  • Fechar o sanduíche e pincelar por fora com o restante da manteiga
  • Voltar o sanduíche para chapa com o fogo baixo por cerca de 2 minutos em cada lado, pressionando
  • Retirar da chapa quando os dois lados do sanduíche estiver dourado e o queijo derretido

Meu primeiro conselho, talvez seja o mais importante: não assista "Chef" com fome! O segundo: após assistir o filme, retorne para esse review que a receita no final do texto fará muito mais sentido para você! 

Carl Casper (Jon Favreau) é um respeitado chef de cozinha do restaurante Riva em Los Angeles. Sua equipe o adora, principalmente seus amigos Martin (John Leguizamo) e Tony (Bobby Cannavale). Quando um famoso crítico gastronômico marca de visitar o restaurante, Casper quer impressiona-lo de toda forma. Infelizmente, o dono do local, Riva (Dustin Hoffman), decide que eles devem continuar servindo os mesmos pratos de um cardápio, na visão dele, estabelecido e aprovado pelos clientes. Acontece que Carl não está nada confiante que esse cardápio possa impressionar o critico, mas sob pressão do empresário, e mesmo contrariado, atende ao pedido de Riva e acaba sendo massacrado pelo crítico. A crítica pouco elogiosa viraliza nas redes sociais e Carl resolve tirar satisfação, mas por não conhecer a dinâmica de postagens do Twitter, ele acaba provocando o crítico para uma espécie de revanche. Mais uma vez seus planos são minados por Riva, só que com um agravante: ele é demitido. Agora Carl precisa arranjar uma forma de se reinventar como chef ao mesmo tempo em que tenta se aproximar do seu filho. Confira o trailer:

Pela sinopse e pelo trailer, fica fácil perceber que o filme é praticamente uma comédia romântica onde a grande paixão do protagonista é a comida. Não é exagero algum comparar a dinâmica narrativa de "Chef" a um clássico dos anos 2000 e que trazia na sua história a mesma leveza e atmosfera: "Duets: Vem Cantar Comigo". Veja, um filme não tem nada a ver com outro, mas o mood  é semelhante: uma espécie de "Sessão da Tarde com um algo a mais" e que adoramos assistir!

Favreau que também dirigiu o filme, acertou em cheio na forma - e mesmo não tendo um conteúdo tão original ou sendo uma história imprevisível, eu diria que pela proposta, vai ser difícil encontrar algum defeito em "Chef". Visualmente, Favreau trabalhou a narrativa usando muito da poesia e provocando os sentidos como um ano depois "Chefs Table" fez. Ele consegue prender a audiência do primeiro ao último segundo do filme, literalmente - aliás, não deixe de assistir o "making of" de uma das cenas que fica disponível durante os créditos.

Outro elemento que salta aos olhos é o elenco: temos Dustin Hoffman, Scarlett Johansson, Bobby Cannavale, Oliver Platt e até Robert Downey Jr. em rápidas cenas, mas que colocam o filme em outro patamar. Sofia Vergara e de John Leguizamo dão o tom do filme ao lado do sempre carismático Favreau, porém o grande destaque é o jovem Emjay Anthony que interpreta o filho de Carl, Percy. Sensível e divertido, Anthony mostra muita maturidade e cria uma química impressionante com Leguizamo e Favreau, principalmente no final do segundo ato quando "Chef" ganha um "delicioso" status de road movie gastronômico.

"Chef" pode ter passado despercebido por você, até pelo tom independente do filme, então sugiro que você aproveite a oportunidade que o streaming está te proporcionando e dê o play! Será uma jornada muito agradável, divertida, emocionante e que vai aguçar os seus sentidos de uma forma que nos praticamente nos obrigou a colar uma receita de comida em um review de filme!

Bom apetite! 

Assista Agora

Bom, agora que vamos ao que interessa, o "Sanduíche Cubano":

Ingredientes:

Para Marinada

  • 2 colheres (sopa) Azeite
  • 1 unidade Laranja (suco)
  • 1 unidade Limão
  • 2 dentes Alho picado
  • 2 colheres (sopa) Coentro fresco picado
  • 1/2 colher (sopa) Hortelã fresca picada
  • 1/2 colher (chá) Cominho a gosto
  • 1/2 colher (chá) Sal
  • 200 g Lombo Suíno
  • 2 unidades Baguete pequenas
  • 40 g Manteiga
  • 10 ml Azeite
  • 4 fatias Presunto Royale
  • 120 g Queijo Suíço
  • 4 unidades Pepino em conserva (picles)
  • 20 g Mostarda Amarela

As instruções do chef:

Para a Marinada

  • Fatiar o lombo suíno em fatias finas
  • Ralar a casca de 1/2 laranja, e retirar o sumo da laranja inteira
  • Espremer o limão até obter todo o sumo
  • Em um saco hermético ou em um recipiente, colocar todos os ingredientes da marinada
  • Adicionar o lombinho suíno fatiado e levar para geladeira durante 20 minutos

Para o Sanduíche

  • Retirar as pontas da baguete e parti-las ao meio no sentido do comprimento
  • Passar manteiga na parte interna da baguete
  • Retirar o lombo da geladeira e grelhar em uma chapa bem quente, cerca de 1 minuto de cada lado
  • Reservar
  • Grelhar o pão com a parte da manteiga para baixo, quando dourar retirar da chapa
  • Grelhar os dois lados das fatias do presunto
  • Partir ao meio o pepino

Para a Montagem

  • Nas metades de baixo dos pães, colocar as fatias do lombo suíno, o presunto, o queijo suíço fatiado, e 4 pedaços de pepino
  • Na metade de cima, passar a mostarda amarela
  • Fechar o sanduíche e pincelar por fora com o restante da manteiga
  • Voltar o sanduíche para chapa com o fogo baixo por cerca de 2 minutos em cada lado, pressionando
  • Retirar da chapa quando os dois lados do sanduíche estiver dourado e o queijo derretido

Chef's Table

"Chef's Table" é uma série documental produzido pela Netflix que estreiou em 2015 sem muito alarde, mas que virou um fenômeno - tanto que a Netflix já disponibiliza várias temporadas e alguns spin-offs! A ideia é muito simples: são de 4 a 6 episódios por temporada, com uma média de 45 minutos cada, que contam as histórias de 4 (ou 6) grandes chef's do mundo inteiro e, claro, os desafios e os diferenciais de sua arte e de seus respectivos restaurantes. O mais interessante, porém, é que o Formato não é propriamente sobre gastronomia em si, mas sobre pessoas, na verdade sobre gênios, que inovaram, que criaram um conceito e que aplicaram com maestria em seus restaurantes. Confira o trailer:

Pelo trailer já dá para perceber que além de boas histórias, a direção se preocupa com alguns elementos que colocam essa série documental em um outro patamar: a qualidade absurda da fotografia e da sua trilha sonora. Eu diria que "Chef's Table" é uma delicia de se assistir, é uma aula de história da gastronomia e uma referência multicultural impressionante, tanto que a série já foi indicada para 8 Emmys desde sua estréia!

Para não estragar a surpresa, comento sobre o primeiro episódio da primeira temporada que conta a história do italiano Massimo Bottura, top 5 no The World's 50 Best Restaurants Awards desde 2010, que quase faliu por acreditar que as tradições da gastronomia de Modenna mereciam ser modernizadas! Imagine isso em uma cidade super tradicional italiana!!! O cara é uma espécie de Steve Jobs da gastronomia! A história do Massimo Bottura é incrível e o que ele faz na cozinha é surreal, mas não é o único grande nome que encontramos, temos também o Francis Mallman, o Magnus Nilsson, o Grant Achatz, o Virgilio Martinez e até o nosso Alex Atala.

Olha, se você gosta de gastronomia, de conhecer as histórias de profissionais referência na sua profissão, não deixe de assistir essa série porque vale muito a pena!!!! 

Indico de olhos fechados!!!!

PS: Alguns podem achar os episódios um pouco lento demais e de fato não é um narrativa muito dinâmica, até porque o conceito usa da gastronomia para se fazer uma espécie de poesia visual. Eu sugiro sempre um ou dois episódios por vez e pode ter certeza que você vai parecer um grande conhecedor da gastronomia no final das temporadas!

Assista Agora

"Chef's Table" é uma série documental produzido pela Netflix que estreiou em 2015 sem muito alarde, mas que virou um fenômeno - tanto que a Netflix já disponibiliza várias temporadas e alguns spin-offs! A ideia é muito simples: são de 4 a 6 episódios por temporada, com uma média de 45 minutos cada, que contam as histórias de 4 (ou 6) grandes chef's do mundo inteiro e, claro, os desafios e os diferenciais de sua arte e de seus respectivos restaurantes. O mais interessante, porém, é que o Formato não é propriamente sobre gastronomia em si, mas sobre pessoas, na verdade sobre gênios, que inovaram, que criaram um conceito e que aplicaram com maestria em seus restaurantes. Confira o trailer:

Pelo trailer já dá para perceber que além de boas histórias, a direção se preocupa com alguns elementos que colocam essa série documental em um outro patamar: a qualidade absurda da fotografia e da sua trilha sonora. Eu diria que "Chef's Table" é uma delicia de se assistir, é uma aula de história da gastronomia e uma referência multicultural impressionante, tanto que a série já foi indicada para 8 Emmys desde sua estréia!

Para não estragar a surpresa, comento sobre o primeiro episódio da primeira temporada que conta a história do italiano Massimo Bottura, top 5 no The World's 50 Best Restaurants Awards desde 2010, que quase faliu por acreditar que as tradições da gastronomia de Modenna mereciam ser modernizadas! Imagine isso em uma cidade super tradicional italiana!!! O cara é uma espécie de Steve Jobs da gastronomia! A história do Massimo Bottura é incrível e o que ele faz na cozinha é surreal, mas não é o único grande nome que encontramos, temos também o Francis Mallman, o Magnus Nilsson, o Grant Achatz, o Virgilio Martinez e até o nosso Alex Atala.

Olha, se você gosta de gastronomia, de conhecer as histórias de profissionais referência na sua profissão, não deixe de assistir essa série porque vale muito a pena!!!! 

Indico de olhos fechados!!!!

PS: Alguns podem achar os episódios um pouco lento demais e de fato não é um narrativa muito dinâmica, até porque o conceito usa da gastronomia para se fazer uma espécie de poesia visual. Eu sugiro sempre um ou dois episódios por vez e pode ter certeza que você vai parecer um grande conhecedor da gastronomia no final das temporadas!

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Dinheiro à Mesa

A Netflix lançou um Formato, em parceria com a BBC, bastante interessante, pois junta dois temas muito em voga na TV mundial: Gastronomia e Empreendedorismo. "Dinheiro à Mesa" é quase um up grade de um outro Formato chamado "Best New Restaurant". Como uma espécie de competição, em cada episódio, duas idéias de restaurantes são colocadas a prova perante o público e para alguns investidores. Seguindo o principio "Shark Tank", os investidores interessados nessas idéias avaliam a viabilidade do negócio e decidem se querem ou não colocar seu dinheiro no projeto. Confira o trailer:

O Formato tem uma dinâmica legal, com elementos muito bem definidos, um apresentador muito discreto, mas ao mesmo tempo inteligente e pertinente nas suas observações; mas o ponto forte mesmo é a relação que os participantes tem com suas idéias (muitas delas até malucas como um restaurante vegetariano cheio de frituras, nada saudável, por exemplo) e como elas são aplicadas na prática com toda pressão de acertar no serviço, no cardápio, no sabor e não perder a grande chance de investimento e mentoria - uma espécie de smart money só com feras do mercado de restaurantes e bares.

É bem divertido, excelente entretenimento.

Assista Agora

A Netflix lançou um Formato, em parceria com a BBC, bastante interessante, pois junta dois temas muito em voga na TV mundial: Gastronomia e Empreendedorismo. "Dinheiro à Mesa" é quase um up grade de um outro Formato chamado "Best New Restaurant". Como uma espécie de competição, em cada episódio, duas idéias de restaurantes são colocadas a prova perante o público e para alguns investidores. Seguindo o principio "Shark Tank", os investidores interessados nessas idéias avaliam a viabilidade do negócio e decidem se querem ou não colocar seu dinheiro no projeto. Confira o trailer:

O Formato tem uma dinâmica legal, com elementos muito bem definidos, um apresentador muito discreto, mas ao mesmo tempo inteligente e pertinente nas suas observações; mas o ponto forte mesmo é a relação que os participantes tem com suas idéias (muitas delas até malucas como um restaurante vegetariano cheio de frituras, nada saudável, por exemplo) e como elas são aplicadas na prática com toda pressão de acertar no serviço, no cardápio, no sabor e não perder a grande chance de investimento e mentoria - uma espécie de smart money só com feras do mercado de restaurantes e bares.

É bem divertido, excelente entretenimento.

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Druk

É praticamente impossível iniciar qualquer conversa sobre o excelente "Druk - mais uma rodada", sem pontuar que ele foi o grande vencedor da categoria "Filme Internacional" no Oscar de 2021 - isso sem falar nas mais de 60 vitórias que colecionou ao redor do mundo em festivais e premiações como Goya, César e Bafta, para citar só os "fora dos EUA". Dito isso, fica fácil atestar que o filme dirigido pelo "pra lá de talentoso", Thomas Vinterberg (do imperdível "A Caça"), é uma experiência cinematográfica universal que cativa a audiência desde os primeiros minutos até um emocionante desfecho. Essa obra, que explora a relação entre álcool e a vida cotidiana de maneira única, é uma verdadeira pérola do cinema contemporâneo que merece muito a sua atenção. Aliás, o que torna "Druk" tão especial assim é justamente a profundidade da narrativa e como a impecável performance do elenco, liderado por Mads Mikkelsen, estão tão bem alinhados ao ponto de abordar temas tão complexos com um toque impressionante de humanidade.

Em "Another Round" (no original) acompanhamos a história de quatro amigos, professores de meia-idade, interpretados por Mads Mikkelsen (Martin), Thomas Bo Larsen (Tommy), Magnus Millang (Nikolaj) e Lars Ranthe (Peter), que decidem embarcar em um experimento, no mínimo, ousado: manter um nível constante de álcool no sangue para melhorar suas vidas pessoais e profissionais. No início, essa aventura os leva a redescobrir o prazer da vida, mas, à medida que o experimento avança, eles se veem confrontando as consequências e desafios inesperados. Confira o trailer:

Não é preciso ser um especialista para perceber como Vinterberg (também indicado ao Oscar como "Melhor Diretor") e sua equipe técnica alcançam uma harmonia excepcional entre a direção, o texto, a fotografia e a trilha sonora. A cinematografia de Sturla Brandth Grovlen (de "Victoria") capta brilhantemente a transformação gradual dos personagens e sua crescente euforia à medida que seus níveis de álcool vão subindo e subindo. Essa "dança visual" espelha as oscilações emocionais dos protagonistas - o que deixa claro que tudo aquilo não passa de uma “ideia estúpida” pela óbvia possibilidade de se transformar em alcoolismo, no entanto existe um ponto a ser levado em conta: o olhar sobre as necessidades de cada um em termos de relações interpessoais. Reparem como a montagem de Janus Billeskov Jansen e a trilha sonoracomplementam de maneira sutil e eficaz os momentos de intensidade emocional, ressaltando toda aquela atmosfera envolvente do filme.

Mads Mikkelsen entrega uma das melhores performances de sua carreira - chega a ser impressionante o carisma tão raro para um ator escandinavo capaz de trazer complexidade e autenticidade ao personagem sem soar expositivo demais. Sua jornada de transformação como Martin, do professor desanimado até o homem redescobrindo sua paixão pela vida, é convincente e comovente ao mesmo tempo - o que na minha opinião justificaria sua indicação (já tardia) para o Oscar de Melhor Ator. Aliás, todo o elenco se destaca, cada qual com suas dores e alegrias, proporcionando um equilíbrio perfeito entre humor e drama como poucas vezes encontramos.

"Druk" é de fato uma obra que nos faz refletir sobre a nossa relação com o álcool, sobre a busca pela autenticidade na vida adulta e a importância de viver plenamente - esse contexto de crise de meia idade é bastante linear na sua previsibilidade, no entanto é envolvente e de fácil identificação. Com isso Vinterberg nos entrega uma verdadeira experiência emocional, que desafia expectativas, oferecendo uma certa crítica à hipocrisia social - se existe uma "moral da história" muito simples em favor da alegria de viver, não se deve deixar de discutir como uma sociedade é capaz de reconhecer sua patológica sensação de tédio e de fadiga espiritual tão "facilmente".Ao final, claro, o filme se propõe a deixar uma mensagem emocionalmente impactante sobre a importância de encontrar um equilíbrio na vida, no entanto saiba que aqui o interessante é mesmo a jornada, não o seu fim!

Vale muito o seu play!

Assista Agora

É praticamente impossível iniciar qualquer conversa sobre o excelente "Druk - mais uma rodada", sem pontuar que ele foi o grande vencedor da categoria "Filme Internacional" no Oscar de 2021 - isso sem falar nas mais de 60 vitórias que colecionou ao redor do mundo em festivais e premiações como Goya, César e Bafta, para citar só os "fora dos EUA". Dito isso, fica fácil atestar que o filme dirigido pelo "pra lá de talentoso", Thomas Vinterberg (do imperdível "A Caça"), é uma experiência cinematográfica universal que cativa a audiência desde os primeiros minutos até um emocionante desfecho. Essa obra, que explora a relação entre álcool e a vida cotidiana de maneira única, é uma verdadeira pérola do cinema contemporâneo que merece muito a sua atenção. Aliás, o que torna "Druk" tão especial assim é justamente a profundidade da narrativa e como a impecável performance do elenco, liderado por Mads Mikkelsen, estão tão bem alinhados ao ponto de abordar temas tão complexos com um toque impressionante de humanidade.

Em "Another Round" (no original) acompanhamos a história de quatro amigos, professores de meia-idade, interpretados por Mads Mikkelsen (Martin), Thomas Bo Larsen (Tommy), Magnus Millang (Nikolaj) e Lars Ranthe (Peter), que decidem embarcar em um experimento, no mínimo, ousado: manter um nível constante de álcool no sangue para melhorar suas vidas pessoais e profissionais. No início, essa aventura os leva a redescobrir o prazer da vida, mas, à medida que o experimento avança, eles se veem confrontando as consequências e desafios inesperados. Confira o trailer:

Não é preciso ser um especialista para perceber como Vinterberg (também indicado ao Oscar como "Melhor Diretor") e sua equipe técnica alcançam uma harmonia excepcional entre a direção, o texto, a fotografia e a trilha sonora. A cinematografia de Sturla Brandth Grovlen (de "Victoria") capta brilhantemente a transformação gradual dos personagens e sua crescente euforia à medida que seus níveis de álcool vão subindo e subindo. Essa "dança visual" espelha as oscilações emocionais dos protagonistas - o que deixa claro que tudo aquilo não passa de uma “ideia estúpida” pela óbvia possibilidade de se transformar em alcoolismo, no entanto existe um ponto a ser levado em conta: o olhar sobre as necessidades de cada um em termos de relações interpessoais. Reparem como a montagem de Janus Billeskov Jansen e a trilha sonoracomplementam de maneira sutil e eficaz os momentos de intensidade emocional, ressaltando toda aquela atmosfera envolvente do filme.

Mads Mikkelsen entrega uma das melhores performances de sua carreira - chega a ser impressionante o carisma tão raro para um ator escandinavo capaz de trazer complexidade e autenticidade ao personagem sem soar expositivo demais. Sua jornada de transformação como Martin, do professor desanimado até o homem redescobrindo sua paixão pela vida, é convincente e comovente ao mesmo tempo - o que na minha opinião justificaria sua indicação (já tardia) para o Oscar de Melhor Ator. Aliás, todo o elenco se destaca, cada qual com suas dores e alegrias, proporcionando um equilíbrio perfeito entre humor e drama como poucas vezes encontramos.

"Druk" é de fato uma obra que nos faz refletir sobre a nossa relação com o álcool, sobre a busca pela autenticidade na vida adulta e a importância de viver plenamente - esse contexto de crise de meia idade é bastante linear na sua previsibilidade, no entanto é envolvente e de fácil identificação. Com isso Vinterberg nos entrega uma verdadeira experiência emocional, que desafia expectativas, oferecendo uma certa crítica à hipocrisia social - se existe uma "moral da história" muito simples em favor da alegria de viver, não se deve deixar de discutir como uma sociedade é capaz de reconhecer sua patológica sensação de tédio e de fadiga espiritual tão "facilmente".Ao final, claro, o filme se propõe a deixar uma mensagem emocionalmente impactante sobre a importância de encontrar um equilíbrio na vida, no entanto saiba que aqui o interessante é mesmo a jornada, não o seu fim!

Vale muito o seu play!

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Gotas Divinas

Gotas Divinas

Se você é um amante da boa gastronomia, mais especificamente tem alguma ligação afetiva com o prazer de tomar algumas taças de vinho, pode parar tudo que está assistindo e dê o play nessa pérola escondida na AppleTV+. "Gotas Divinas" (ou "Drops of God") é de uma elegância cinematográfica e de uma profundidade narrativa que certamente vai te deixar com "água na boca" - e aqui, por favor, me desculpe o trocadilho, mas não existe maneira mais eficaz de traduzir o que vemos na tela sem estabelecer uma conexão, de fato, sensorial com a história de Camille Léger e de Issei Tomine.

Em oito episódios acompanhamos a jornada de Camille (Fleur Geffrier), uma jovem francesa e filha do especialista em vinhos Alexandre Léger (Stanley Weber), que acaba de falecer. Depois de ver seu pai pela última vez quando tinha ainda nove anos, Camille é levada para o Japão para a leitura de seu testamento. Lá, ela descobre que pode herdar a mais valiosa coleção de vinhos do mundo, avaliada em quase 150 milhões de dólares. No entanto, ela será submetida a três testes de enologia para finalmente receber sua herança, acontece que ela precisa passar por dois obstáculos: Issei Tomine (Tomohisa Yamashita), o talentoso pupilo de Léger, e o fato de que ela nunca antes ter provado uma gota de vinho sequer. Confira o trailer (em inglês):

Essa incrível co-produção França, EUA e Japão é baseado em um mangá de enorme sucesso, criado por Tadashi Agi e Shu Okimoto, e que foi lançado em 2004 no Japão. Adaptado pelo Quoc Dang Tran (do excelente "Dix Pour Cent"), "Gotas Divinas" é um verdadeiro mergulho na cultura e na história do vinho. A cada episódio somos apresentados a uma variedade de vinhos, regiões vinícolas e técnicas de degustação, nos proporcionando uma experiência tão divertida quanto educativa. Olha, a série é um convite para entender a diversidade e as sutilezas dessa bebida tão venerada no mundo inteiro.

Obviamente que como entretenimento, "Gotas Divinas" não se sustentaria apenas pela atmosfera onde a história está inserida - o drama, claramente focado em personagens complexos e muito cativantes, também expõe questões emocionais delicadas, colocando Camille em uma jornada de autodescoberta enquanto Issei busca se estabelecer como uma autoridade em enologia, mesmo indo contra as vontades de sua família tradicional japonesa. À medida que ambos vão encontrando seus propósitos com muita sensibilidade narrativa, vamos desvendando os segredos do mundo dos vinhos e nos conectando com os desafios de cada um deles. Talvez aí, inclusive, esteja o grande valor do roteiro escrito pelo próprio Tran ao lado de Clémence Madeleine-Perdrillat (da versão francesa de "Sessão de Terapia") e de Alice Vial (do inédito no Brasil, "La fille au coeur de cochon"): saber equilibrar os dramas dos protagonistas enquanto cria pontos em comum entre eles.

Com uma fotografia maravilhosa do Rotem Yaron (de "Losing Alice"), que enquadra com perfeição tanto as belas paisagens das vinícolas pelo mundo quanto as emoções mais profundas da personagem de Geffrier e de Yamashita; e uma trilha sonora sutil e elegante do (multi-plataforma) Kenma Shindo, "Gotas Divinas" chega até a brincar com aquela sensação de imersão nessa atmosfera tão particular e envolvente. Eu diria até que a série mereceria muito mais atenção do que recebeu aqui no Brasil, então não deixe essa oportunidade passar.

Para aqueles que têm interesse na cultura do vinho e apreciam uma abordagem mais contemplativa e profunda do ser humano, a série oferece uma experiência única! Vale muito o seu play! 

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Se você é um amante da boa gastronomia, mais especificamente tem alguma ligação afetiva com o prazer de tomar algumas taças de vinho, pode parar tudo que está assistindo e dê o play nessa pérola escondida na AppleTV+. "Gotas Divinas" (ou "Drops of God") é de uma elegância cinematográfica e de uma profundidade narrativa que certamente vai te deixar com "água na boca" - e aqui, por favor, me desculpe o trocadilho, mas não existe maneira mais eficaz de traduzir o que vemos na tela sem estabelecer uma conexão, de fato, sensorial com a história de Camille Léger e de Issei Tomine.

Em oito episódios acompanhamos a jornada de Camille (Fleur Geffrier), uma jovem francesa e filha do especialista em vinhos Alexandre Léger (Stanley Weber), que acaba de falecer. Depois de ver seu pai pela última vez quando tinha ainda nove anos, Camille é levada para o Japão para a leitura de seu testamento. Lá, ela descobre que pode herdar a mais valiosa coleção de vinhos do mundo, avaliada em quase 150 milhões de dólares. No entanto, ela será submetida a três testes de enologia para finalmente receber sua herança, acontece que ela precisa passar por dois obstáculos: Issei Tomine (Tomohisa Yamashita), o talentoso pupilo de Léger, e o fato de que ela nunca antes ter provado uma gota de vinho sequer. Confira o trailer (em inglês):

Essa incrível co-produção França, EUA e Japão é baseado em um mangá de enorme sucesso, criado por Tadashi Agi e Shu Okimoto, e que foi lançado em 2004 no Japão. Adaptado pelo Quoc Dang Tran (do excelente "Dix Pour Cent"), "Gotas Divinas" é um verdadeiro mergulho na cultura e na história do vinho. A cada episódio somos apresentados a uma variedade de vinhos, regiões vinícolas e técnicas de degustação, nos proporcionando uma experiência tão divertida quanto educativa. Olha, a série é um convite para entender a diversidade e as sutilezas dessa bebida tão venerada no mundo inteiro.

Obviamente que como entretenimento, "Gotas Divinas" não se sustentaria apenas pela atmosfera onde a história está inserida - o drama, claramente focado em personagens complexos e muito cativantes, também expõe questões emocionais delicadas, colocando Camille em uma jornada de autodescoberta enquanto Issei busca se estabelecer como uma autoridade em enologia, mesmo indo contra as vontades de sua família tradicional japonesa. À medida que ambos vão encontrando seus propósitos com muita sensibilidade narrativa, vamos desvendando os segredos do mundo dos vinhos e nos conectando com os desafios de cada um deles. Talvez aí, inclusive, esteja o grande valor do roteiro escrito pelo próprio Tran ao lado de Clémence Madeleine-Perdrillat (da versão francesa de "Sessão de Terapia") e de Alice Vial (do inédito no Brasil, "La fille au coeur de cochon"): saber equilibrar os dramas dos protagonistas enquanto cria pontos em comum entre eles.

Com uma fotografia maravilhosa do Rotem Yaron (de "Losing Alice"), que enquadra com perfeição tanto as belas paisagens das vinícolas pelo mundo quanto as emoções mais profundas da personagem de Geffrier e de Yamashita; e uma trilha sonora sutil e elegante do (multi-plataforma) Kenma Shindo, "Gotas Divinas" chega até a brincar com aquela sensação de imersão nessa atmosfera tão particular e envolvente. Eu diria até que a série mereceria muito mais atenção do que recebeu aqui no Brasil, então não deixe essa oportunidade passar.

Para aqueles que têm interesse na cultura do vinho e apreciam uma abordagem mais contemplativa e profunda do ser humano, a série oferece uma experiência única! Vale muito o seu play! 

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Notas de Rebeldia

A melhor forma de definir "Notas de Rebeldia" está justamente na relação do contraste cultural e na dualidade narrativa de outras duas séries que transitam pelo mesmo universo: "O Urso" e "Gotas Divinas". Se no primeiro existe um elemento mais underground do restaurante de bairro com uma forte conexão afetiva, aqui representada pelo brisket, pelas ribs e pelo pulled pork; o segundo naturalmente se apoia na tradição e na elegância do vinho, dos seus vinhedos e, pela perspectiva do desafio, da sua química - seja pelo aroma ou pelo sabor de um Chardonnay, de um Pinot Noir e até de um Merlot. Se você sabe exatamente do que eu estou falando, pode dar o play tranquilamente que sua diversão está garantida pelas próximas duas horas.

O filme do diretor Prentice Penny (indicado ao Emmy por "Insecure") acompanha a história de Elijah (Mamoudou Athie), um jovem afro-americano que vive entre o sonho de se tornar um grande sommelier e a obrigação de acompanhar o pai, Louis (Courtney B. Vance), na batalha diária que é manter uma churrascaria tradicional de Memphis e ainda se preparar para assumir o negócio da família quando chegar o momento. Confira o trailer:

O roteiro de "Uncorked" (no original), embora não seja um primor técnico, é muito inteligente e consistente ao abordar temas universais de aspirações pessoais, de tradições familiares e de autodescoberta, mas sem pender para nenhum dos lados da história afim de induzir a audiência. Naturalmente que a cisão cultural pela qual o protagonista precisa lidar não tem a profundidade e o número de camadas que encontramos em "O Urso", no entanto, o processo de transformação soa bastante honesto e nos cativa desde o primeiro ato. Os diálogos são bons, existem boas sacadas - o jogo de palavras que a família de Elijah faz quando ele diz que quer ser sommelier, é impagável. Minha única crítica, é que em certos momentos, o ritmo me parece diminuir demais e algumas subtramas poderiam ter sido melhor desenvolvidas para adicionar um pouco mais de profundidade - mas ok, essa é a proposta e o resultado final é muito bom.

A direção de Penny, também é muito boa - ele tem uma enorme capacidade de trabalhar com atores (vimos isso em "Insecure") e aqui não é diferente. Existe uma certa sensibilidade para focar na jornada emocional do protagonista sem parecer força a barra. Penny consegue criar uma atmosfera íntima, permitindo que a audiência mergulhe na vida de Elijah e nas questões que ele enfrenta ao tentar equilibrar as expectativas do pai e seus próprios sonhos. Embora em alguns momentos a direção possa parecer um tanto convencional, e de fato é, a abordagem mais sensível contribui demais para a autenticidade do filme e para a performance de Mamoudou Athie (esse ator é muito carismático, olho nele).

Capturando tanto a vibração da cidade de Memphis quanto a atmosfera clássica de Paris e dos vinhedos franceses, eu diria que "Notas de Rebeldia" é um filme que oferece uma jornada saborosa pela cultura gastronômica pelo viés da enologia. Enquanto humaniza a jornada conflitante entre tradição e ambição, o roteiro habilmente mistura o drama com leves toques de humor,  proporcionando um ótimo e despretensioso entretenimento que certamente vai mexer com seu paladar.

Vale muito o play!

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A melhor forma de definir "Notas de Rebeldia" está justamente na relação do contraste cultural e na dualidade narrativa de outras duas séries que transitam pelo mesmo universo: "O Urso" e "Gotas Divinas". Se no primeiro existe um elemento mais underground do restaurante de bairro com uma forte conexão afetiva, aqui representada pelo brisket, pelas ribs e pelo pulled pork; o segundo naturalmente se apoia na tradição e na elegância do vinho, dos seus vinhedos e, pela perspectiva do desafio, da sua química - seja pelo aroma ou pelo sabor de um Chardonnay, de um Pinot Noir e até de um Merlot. Se você sabe exatamente do que eu estou falando, pode dar o play tranquilamente que sua diversão está garantida pelas próximas duas horas.

O filme do diretor Prentice Penny (indicado ao Emmy por "Insecure") acompanha a história de Elijah (Mamoudou Athie), um jovem afro-americano que vive entre o sonho de se tornar um grande sommelier e a obrigação de acompanhar o pai, Louis (Courtney B. Vance), na batalha diária que é manter uma churrascaria tradicional de Memphis e ainda se preparar para assumir o negócio da família quando chegar o momento. Confira o trailer:

O roteiro de "Uncorked" (no original), embora não seja um primor técnico, é muito inteligente e consistente ao abordar temas universais de aspirações pessoais, de tradições familiares e de autodescoberta, mas sem pender para nenhum dos lados da história afim de induzir a audiência. Naturalmente que a cisão cultural pela qual o protagonista precisa lidar não tem a profundidade e o número de camadas que encontramos em "O Urso", no entanto, o processo de transformação soa bastante honesto e nos cativa desde o primeiro ato. Os diálogos são bons, existem boas sacadas - o jogo de palavras que a família de Elijah faz quando ele diz que quer ser sommelier, é impagável. Minha única crítica, é que em certos momentos, o ritmo me parece diminuir demais e algumas subtramas poderiam ter sido melhor desenvolvidas para adicionar um pouco mais de profundidade - mas ok, essa é a proposta e o resultado final é muito bom.

A direção de Penny, também é muito boa - ele tem uma enorme capacidade de trabalhar com atores (vimos isso em "Insecure") e aqui não é diferente. Existe uma certa sensibilidade para focar na jornada emocional do protagonista sem parecer força a barra. Penny consegue criar uma atmosfera íntima, permitindo que a audiência mergulhe na vida de Elijah e nas questões que ele enfrenta ao tentar equilibrar as expectativas do pai e seus próprios sonhos. Embora em alguns momentos a direção possa parecer um tanto convencional, e de fato é, a abordagem mais sensível contribui demais para a autenticidade do filme e para a performance de Mamoudou Athie (esse ator é muito carismático, olho nele).

Capturando tanto a vibração da cidade de Memphis quanto a atmosfera clássica de Paris e dos vinhedos franceses, eu diria que "Notas de Rebeldia" é um filme que oferece uma jornada saborosa pela cultura gastronômica pelo viés da enologia. Enquanto humaniza a jornada conflitante entre tradição e ambição, o roteiro habilmente mistura o drama com leves toques de humor,  proporcionando um ótimo e despretensioso entretenimento que certamente vai mexer com seu paladar.

Vale muito o play!

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O Faz Nada

Impossível não olhar Buenos Aires com um certo ar de romantismo e desejo depois de assistir aos cinco episódios dessa excelente (e despretensiosa) minissérie do Star+, "O Faz Nada". Ao melhor estilo Woody Allen de construir uma narrativa cinematográfica se apropriando de fortes elementos da crônica, com personagens complexos (e por isso charmosos), um cenário deslumbrante e um tema que normalmente se mistura entre o cotidiano e o imaginário, essa obra dos geniais Gastón Duprat e Mariano Cohn, ambos de "Cidadão Ilustre" e não por acaso sua maior referência conceitual, é uma divertida e sensível jornada pela gastronomia portenha pela perspectiva de quem é apaixonado pelos detalhes - para o bem e para o mal!

Na história, o bon vivant e icônico crítico gastronômico, Manuel Tamayo Prats (Luis Brandoni), mal tem recursos para manter seu estilo de vida abastado, mas nem por isso deixa de se aproveitar do respeito que adquiriu nos tempos áureos para viver e comer muito bem. Mal humorado e patologicamente sincero, Prats se vê em uma situação inédita quando precisa contratar uma jovem paraguaia, Antonia (Majo Cabrera), para substituir Celsa (María Rosa Fugazot) - uma antiga empregada que cuidou dele por mais de 40 anos, mas que "do nada" acaba de morrer. Confira o trailer (em espanhol):

Logo de cara, a presença de Robert De Niro já coloca nossa expectava em outro patamar. De Niro, com um certo ar "proposital" de superioridade, é basicamente o narrador dessa história que não sabemos exatamente onde vai nos levar. Suas aparições são cirurgias, misteriosas e cheias de elegância - como se estivesse nos preparando para uma epifania dramática matadora. De fato é isso que acontece, talvez sem tanto impacto narrativo, mas sem dúvida repleto de sentimento - e é ai que as conexões fazem sentido, já que a minissérie fala de arte de cultura, de gastronomia, mas são as relações de amizade que realmente tocam nossa alma.

O roteiro de Duprat e Cohn, ao lado do talentoso Emanuel Diez (de "A Extorsão"), sabe exatamente como equilibrar o drama com o cômico, ao mesmo tempo que se mostra extremamente capaz de discutir as nuances das relações humanas com muita honestidade (que personificado por Prats, soa até exagerado) e sensibilidade, sem nunca esquecer da ironia e do humor inteligente. A direção sabe que essa sagacidade e acidez criam laços improváveis entre a audiência e o protagonista - eles fizeram exatamente isso no premiado "Cidadão Ilustre", Marc Forster repetiu a fórmula em "O Pior Vizinho do Mundo" eChuck Lorre fechou com chave de ouro em "O Método Kominsky". Mas para tudo funcionar como se deve, esse protagonista tem que roubar a cena e é justamente o que Brandoni faz - não à toa, o seu Manuel Tamayo Prats sempre tem uma resposta na ponta da língua que contraria, provoca ou simplesmente debocha de alguém, com inteligência e crueldade (nunca uma sem a outra), nos causando até uma certa "inveja".

"Nada" (no original) sabe nos conquistar ao retratar a forma única de levar a vida de um senhor que já não espera muito da vida, mas que teima em não deixar de aproveita-la. As insinuações são excelentes (especialmente quando se trata da relação homem e mulher), mas é na qualidade do texto e na construção de uma atmosfera que celebra o amor de seus criadores pela cidade, pela gastronomia e pela ironia bem colocada, que a minissérie realmente decola. Como não poderia deixar de ser, essa brincadeira cosmopolita meio "woodyallenana" de Duprat e Cohn, é tão apaixonante e cheia de camadas que se dá o direito de trocar o tango pelo jazz, que mesmo mais casual traz leveza para as cenas, e até colocar no mesmo nível de importância o famoso bife de chorizo a cavalo com o conceito da gastronomia chinesa do Wen, Zhao e Wogh. Interessante, não? 

Pois é! Eu diria, imperdível!

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Impossível não olhar Buenos Aires com um certo ar de romantismo e desejo depois de assistir aos cinco episódios dessa excelente (e despretensiosa) minissérie do Star+, "O Faz Nada". Ao melhor estilo Woody Allen de construir uma narrativa cinematográfica se apropriando de fortes elementos da crônica, com personagens complexos (e por isso charmosos), um cenário deslumbrante e um tema que normalmente se mistura entre o cotidiano e o imaginário, essa obra dos geniais Gastón Duprat e Mariano Cohn, ambos de "Cidadão Ilustre" e não por acaso sua maior referência conceitual, é uma divertida e sensível jornada pela gastronomia portenha pela perspectiva de quem é apaixonado pelos detalhes - para o bem e para o mal!

Na história, o bon vivant e icônico crítico gastronômico, Manuel Tamayo Prats (Luis Brandoni), mal tem recursos para manter seu estilo de vida abastado, mas nem por isso deixa de se aproveitar do respeito que adquiriu nos tempos áureos para viver e comer muito bem. Mal humorado e patologicamente sincero, Prats se vê em uma situação inédita quando precisa contratar uma jovem paraguaia, Antonia (Majo Cabrera), para substituir Celsa (María Rosa Fugazot) - uma antiga empregada que cuidou dele por mais de 40 anos, mas que "do nada" acaba de morrer. Confira o trailer (em espanhol):

Logo de cara, a presença de Robert De Niro já coloca nossa expectava em outro patamar. De Niro, com um certo ar "proposital" de superioridade, é basicamente o narrador dessa história que não sabemos exatamente onde vai nos levar. Suas aparições são cirurgias, misteriosas e cheias de elegância - como se estivesse nos preparando para uma epifania dramática matadora. De fato é isso que acontece, talvez sem tanto impacto narrativo, mas sem dúvida repleto de sentimento - e é ai que as conexões fazem sentido, já que a minissérie fala de arte de cultura, de gastronomia, mas são as relações de amizade que realmente tocam nossa alma.

O roteiro de Duprat e Cohn, ao lado do talentoso Emanuel Diez (de "A Extorsão"), sabe exatamente como equilibrar o drama com o cômico, ao mesmo tempo que se mostra extremamente capaz de discutir as nuances das relações humanas com muita honestidade (que personificado por Prats, soa até exagerado) e sensibilidade, sem nunca esquecer da ironia e do humor inteligente. A direção sabe que essa sagacidade e acidez criam laços improváveis entre a audiência e o protagonista - eles fizeram exatamente isso no premiado "Cidadão Ilustre", Marc Forster repetiu a fórmula em "O Pior Vizinho do Mundo" eChuck Lorre fechou com chave de ouro em "O Método Kominsky". Mas para tudo funcionar como se deve, esse protagonista tem que roubar a cena e é justamente o que Brandoni faz - não à toa, o seu Manuel Tamayo Prats sempre tem uma resposta na ponta da língua que contraria, provoca ou simplesmente debocha de alguém, com inteligência e crueldade (nunca uma sem a outra), nos causando até uma certa "inveja".

"Nada" (no original) sabe nos conquistar ao retratar a forma única de levar a vida de um senhor que já não espera muito da vida, mas que teima em não deixar de aproveita-la. As insinuações são excelentes (especialmente quando se trata da relação homem e mulher), mas é na qualidade do texto e na construção de uma atmosfera que celebra o amor de seus criadores pela cidade, pela gastronomia e pela ironia bem colocada, que a minissérie realmente decola. Como não poderia deixar de ser, essa brincadeira cosmopolita meio "woodyallenana" de Duprat e Cohn, é tão apaixonante e cheia de camadas que se dá o direito de trocar o tango pelo jazz, que mesmo mais casual traz leveza para as cenas, e até colocar no mesmo nível de importância o famoso bife de chorizo a cavalo com o conceito da gastronomia chinesa do Wen, Zhao e Wogh. Interessante, não? 

Pois é! Eu diria, imperdível!

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O Julgamento de Paris

No vasto cenário da sétima arte, poucas temáticas têm o poder de cativar a imaginação e o paladar do público como o universo dos vinhos. Nesse contexto, o filme 'O Julgamento de Paris' se ergue como um verdadeiro 'achado' dentro dos infindáveis catálogos dos serviços de streaming atualmente. Mesmo que, à primeira vista, o filme dirigido por Randall Miller (da série 'Jack & Jill') soe datado, e até superficial, é impressionante como a narrativa sutilmente complexa é capaz de entrelaçar a cultura do vinho com a busca pelo reconhecimento e superação pessoal - algo similar ao que vimos em "Notas de Rebeldia". 

"O Julgamento de Paris" é baseado em fatos reais, e retrata os primeiros tempos da indústria do vinho em Napa Valley nos anos 70, e que culminou com a participação das vinícola californiana Chateau Montelena na competição internacional de melhor vinho em 1976, em Paris - evento que acabou colocando a região no mapa dos melhores produtores de vinho do planeta. Confira o trailer:

Lançado em 2008, "O Julgamento de Paris" trouxe para o grande público uma história das mais interessantes, mas que poucas pessoas conheciam. O evento que eternizou a degustação cega que redefiniu a hierarquia dos vinhos e desafiou as convenções estabelecidas pela França é, de fato, algo muito marcante; no entanto alguns outros temas discutidos no roteiro nos remetem aos desafios de empreender, de inovar e de ter resiliência. É claro que o universo onde a história acontece está longe das jornadas disruptivas e tecnológicas de séries como "Som na Faixa" ou  "Super Pumped: A Batalha Pela Uber", mas eu diria que o DNA, o conceito básico, estão ali e vale a pena um olhar mais critico sobre esse aspecto.

O ponto alto está na história, muito bem contada, inclusive; mas é inegável que seus personagens, em alguns momentos até estereotipados para dar um tom mais leve no que poderia ser uma drama muito mais impactante, são cruciais para nosso envolvimento - o que poderia ser uma trama apenas para os apreciadores e conhecedores de vinho, se transforma em algo mais universal, onde encontramos muito mais camadas que vão dos desejos e ambições até os anseios e arrependimentos de uma forma muito humana. Reparem como o roteiro explora as relações interpessoais ao mesmo tempo que viajamos pelas deslumbrantes paisagens das vinhas de Napa, com muita naturalidade.

A fotografia do Mike Ozier (de "Tudo por um Sonho") é realmente um espetáculo por si só. Com um conceito visual que nos remete ao cinema dos anos 70, com o aspecto mais granulado da imagem e uma saturação bem proeminente, ele é capaz de capturar a elegância das vinhas banhadas pelo sol, as cores ricas das adegas e a intensidade das expressões dos personagens, com a mesma maestria - cada cena parece meticulosamente pensada por Ozier e Miller para destacar tanto as interações humanas quanto os elementos sensoriais associados ao vinho.

Resumindo, "Bottle Shock" (no original) é uma celebração da paixão e do poder transformador que o cinema pode exercer sobre sua audiência ao retratar a convergência entre o vinho e uma boa história. A obra tem uma capacidade muito interessante de nos transportar para um universo repleto de sabores, aromas e aspirações, tornando a experiência de assistir o filme em algo único e, obviamente, enriquecedora. Se você acha que estou exagerando, assim que subirem os créditos, eu duvido que você não vá até o google para pesquisar o preço de um Chateau Montelena Chardonnay!

Vale muito o seu play!

PS: Apenas uma observação, a versão disponível na Prime Vídeo, infelizmente, não tem a opção de som original com legendas - apenas dublado.

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No vasto cenário da sétima arte, poucas temáticas têm o poder de cativar a imaginação e o paladar do público como o universo dos vinhos. Nesse contexto, o filme 'O Julgamento de Paris' se ergue como um verdadeiro 'achado' dentro dos infindáveis catálogos dos serviços de streaming atualmente. Mesmo que, à primeira vista, o filme dirigido por Randall Miller (da série 'Jack & Jill') soe datado, e até superficial, é impressionante como a narrativa sutilmente complexa é capaz de entrelaçar a cultura do vinho com a busca pelo reconhecimento e superação pessoal - algo similar ao que vimos em "Notas de Rebeldia". 

"O Julgamento de Paris" é baseado em fatos reais, e retrata os primeiros tempos da indústria do vinho em Napa Valley nos anos 70, e que culminou com a participação das vinícola californiana Chateau Montelena na competição internacional de melhor vinho em 1976, em Paris - evento que acabou colocando a região no mapa dos melhores produtores de vinho do planeta. Confira o trailer:

Lançado em 2008, "O Julgamento de Paris" trouxe para o grande público uma história das mais interessantes, mas que poucas pessoas conheciam. O evento que eternizou a degustação cega que redefiniu a hierarquia dos vinhos e desafiou as convenções estabelecidas pela França é, de fato, algo muito marcante; no entanto alguns outros temas discutidos no roteiro nos remetem aos desafios de empreender, de inovar e de ter resiliência. É claro que o universo onde a história acontece está longe das jornadas disruptivas e tecnológicas de séries como "Som na Faixa" ou  "Super Pumped: A Batalha Pela Uber", mas eu diria que o DNA, o conceito básico, estão ali e vale a pena um olhar mais critico sobre esse aspecto.

O ponto alto está na história, muito bem contada, inclusive; mas é inegável que seus personagens, em alguns momentos até estereotipados para dar um tom mais leve no que poderia ser uma drama muito mais impactante, são cruciais para nosso envolvimento - o que poderia ser uma trama apenas para os apreciadores e conhecedores de vinho, se transforma em algo mais universal, onde encontramos muito mais camadas que vão dos desejos e ambições até os anseios e arrependimentos de uma forma muito humana. Reparem como o roteiro explora as relações interpessoais ao mesmo tempo que viajamos pelas deslumbrantes paisagens das vinhas de Napa, com muita naturalidade.

A fotografia do Mike Ozier (de "Tudo por um Sonho") é realmente um espetáculo por si só. Com um conceito visual que nos remete ao cinema dos anos 70, com o aspecto mais granulado da imagem e uma saturação bem proeminente, ele é capaz de capturar a elegância das vinhas banhadas pelo sol, as cores ricas das adegas e a intensidade das expressões dos personagens, com a mesma maestria - cada cena parece meticulosamente pensada por Ozier e Miller para destacar tanto as interações humanas quanto os elementos sensoriais associados ao vinho.

Resumindo, "Bottle Shock" (no original) é uma celebração da paixão e do poder transformador que o cinema pode exercer sobre sua audiência ao retratar a convergência entre o vinho e uma boa história. A obra tem uma capacidade muito interessante de nos transportar para um universo repleto de sabores, aromas e aspirações, tornando a experiência de assistir o filme em algo único e, obviamente, enriquecedora. Se você acha que estou exagerando, assim que subirem os créditos, eu duvido que você não vá até o google para pesquisar o preço de um Chateau Montelena Chardonnay!

Vale muito o seu play!

PS: Apenas uma observação, a versão disponível na Prime Vídeo, infelizmente, não tem a opção de som original com legendas - apenas dublado.

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O Urso

Em um primeiro olhar você até pode imaginar que a série "The Bear" (no original) é mais uma comédia que tem a gastronomia como pano de fundo como em "Chef" (por exemplo), porém bastam alguns minutos para entender que se trata mesmo é de um drama dos mais profundos, com personagens únicos, bem desenvolvidos, cheio de camadas - daqueles que costumamos a ver (e amar) nas séries de Vince Gilligan (de "Breaking Bad").

Aqui conhecemos o chef Carmy (Jeremy Allen White) que, após a morte do irmão mais velho, herda a lanchonete “The Original Beef de Chicago”. Carmy tem muito a oferecer, sua experiência em restaurantes renomados de NY contribui para seu novo objetivo: fazer o empreendimento do irmão prosperar. No entanto, tudo está do avesso, o lugar é caçado pela vigilância sanitária, as dívidas são enormes e a equipe é caótica, mal treinada e não leva a sério nada do que o próprio Carmy diz ou faz. Confira o trailer (em inglês):

O caos em uma cozinha obviamente rende ótimas histórias, mas em "O Urso" essa característica é só parte da dicotomia que são seus personagens: todos eles são solitários em suas dores mais profundas. É a partir desse choque de realidades que o diretor Christopher Storer (de "Ramy") constrói uma narrativa extremamente dinâmica que se aproveita de um universo muito envolvente para discutir temas diversos que vão do luto ao empreendedorismo em apenas um corte. Aliás, a montagem da série é um espetáculo a parte, com cortes rápidos e muitas vezes sem conexão entre eles, misturados com ótimos planos-sequência e inserts da cidade de Chicago ou de frames com pratos da alta gastronomia, Stores alinha seu conceito de extremos "do luxo ao lixo", tanto na "forma" quanto no "conteúdo".

É preciso dizer, no entanto, que a paixão pela série não é imediata - como em "Breaking Bad", é preciso entender a proposta conceitual do diretor e mergulhar naquela atmosfera aproveitando as atitudes e características muito peculiares dos próprios personagens para se conectar com a história. Veja, além do talento de Carmy naquele pequeno recorte de cenário (a cozinha da lanchonete onde 90% da série acontece) existem pelo menos mais quatro personagens riquíssimos a ser explorados - sem dúvida que nessa primeira temporada, o escolhido para dividir os holofotes com Jeremy Allen White foi o explosivo Richie ( com um Ebon Moss-Bachrach que dá um show), mas o roteiro é tão rico que é impossível não perceber o potencial da jovem e talentosa Sydney (Ayo Edebiri), ou do esforçado e resiliente Marcus (Lionel Boyce) e até da insegura e mal-humorada Tina (Liza Colón-Zayas).

O fato é que "O Urso" chega como uma das mais agradáveis surpresas de 2022 e postulante aos inúmeros troféus nas próximas temporadas de premiações, graças a sua impressionante força narrativa e uma enorme qualidade técnica e artística que se encaixaram de uma maneira raríssima. Imperdível!

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Em um primeiro olhar você até pode imaginar que a série "The Bear" (no original) é mais uma comédia que tem a gastronomia como pano de fundo como em "Chef" (por exemplo), porém bastam alguns minutos para entender que se trata mesmo é de um drama dos mais profundos, com personagens únicos, bem desenvolvidos, cheio de camadas - daqueles que costumamos a ver (e amar) nas séries de Vince Gilligan (de "Breaking Bad").

Aqui conhecemos o chef Carmy (Jeremy Allen White) que, após a morte do irmão mais velho, herda a lanchonete “The Original Beef de Chicago”. Carmy tem muito a oferecer, sua experiência em restaurantes renomados de NY contribui para seu novo objetivo: fazer o empreendimento do irmão prosperar. No entanto, tudo está do avesso, o lugar é caçado pela vigilância sanitária, as dívidas são enormes e a equipe é caótica, mal treinada e não leva a sério nada do que o próprio Carmy diz ou faz. Confira o trailer (em inglês):

O caos em uma cozinha obviamente rende ótimas histórias, mas em "O Urso" essa característica é só parte da dicotomia que são seus personagens: todos eles são solitários em suas dores mais profundas. É a partir desse choque de realidades que o diretor Christopher Storer (de "Ramy") constrói uma narrativa extremamente dinâmica que se aproveita de um universo muito envolvente para discutir temas diversos que vão do luto ao empreendedorismo em apenas um corte. Aliás, a montagem da série é um espetáculo a parte, com cortes rápidos e muitas vezes sem conexão entre eles, misturados com ótimos planos-sequência e inserts da cidade de Chicago ou de frames com pratos da alta gastronomia, Stores alinha seu conceito de extremos "do luxo ao lixo", tanto na "forma" quanto no "conteúdo".

É preciso dizer, no entanto, que a paixão pela série não é imediata - como em "Breaking Bad", é preciso entender a proposta conceitual do diretor e mergulhar naquela atmosfera aproveitando as atitudes e características muito peculiares dos próprios personagens para se conectar com a história. Veja, além do talento de Carmy naquele pequeno recorte de cenário (a cozinha da lanchonete onde 90% da série acontece) existem pelo menos mais quatro personagens riquíssimos a ser explorados - sem dúvida que nessa primeira temporada, o escolhido para dividir os holofotes com Jeremy Allen White foi o explosivo Richie ( com um Ebon Moss-Bachrach que dá um show), mas o roteiro é tão rico que é impossível não perceber o potencial da jovem e talentosa Sydney (Ayo Edebiri), ou do esforçado e resiliente Marcus (Lionel Boyce) e até da insegura e mal-humorada Tina (Liza Colón-Zayas).

O fato é que "O Urso" chega como uma das mais agradáveis surpresas de 2022 e postulante aos inúmeros troféus nas próximas temporadas de premiações, graças a sua impressionante força narrativa e uma enorme qualidade técnica e artística que se encaixaram de uma maneira raríssima. Imperdível!

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Pegando Fogo

Se você gostou da série sensação de 2022, "O Urso"ou do sempre simpático "Chef", certamente você vai gostar desse drama estrelado pelo Bradley Cooper, chamado "Pegando Fogo". Embora o titulo esteja muito aquém do que a trama nos propõe, o filme talvez seja o exato "meio do caminho" entre as duas referências citadas, ou seja, ele não é nem uma comédia "deliciosa" ao melhor estilo "Sessão da Tarde", nem um drama denso e muito profundo que exija muitas reflexões ou nos impacte emocionalmente - eu diria que "Burnt" (no original) é um excelente entretenimento para quem gosta dos bastidores da gastronomia sem perder o charme de uma boa jornada de redenção! 

O chefe de cozinha Adam Jones (Bradley Cooper) já foi um dos mais respeitados em Paris, mas o envolvimento com álcool, mulheres e drogas fizeram com que sua carreira fosse ladeira abaixo. Após um período de isolamento em Nova Orleans, ele parte para Londres disposto a recomeçar e conquistar a tão sonhada terceira estrela Michelin. Para tanto ele conta com Tony (Daniel Brühl), que gerencia um restaurante na capital britânica, e com uma equipe de velhos conhecidos que podem ajudá-lo a vencer seus fantasmas e a provar que ainda é um grande chef. Confira o trailer:

Dirigido pelo competente John Wells (de "Maid") e com um elenco repleto de estrelas que vai do já citado Brühl, passando por Sienna Miller (como "Helena") e Omar Sy (como "Michel"), além de participações para lá de especiais de Emma Thompson, Uma Thurman e Alicia Vikander; "Pegando Fogo" é aquele tipo de filme que é muito difícil não gostar - todos os elementos dramáticos que o roteiro do Steven Knight (de "Coisas Belas e Sujas"e "Spencer") apresenta, imediatamente nos conectam com os personagens e com suas histórias. Obviamente que essas histórias estão carregadas de clichês, mas é justamente por isso um filme despretensioso se torna tão divertido.

Wells se aproveita de uma montagem extremamente ágil, mérito do Nick Moore (de "Rei dos Ladrões"), para nos transportar até aquela loucura que é uma cozinha de um grande restaurante ao mesmo tempo em que deixa Cooper fazer o que ele faz de melhor: ser um charmoso personagem cheio de marcas do passado que está em busca da felicidade - não por acaso as semelhanças entre o chef Adam Jones e o astro country, Jack, de "Nasce uma Estrela", são imensas. Se o roteiro de "Pegando Fogo" não tem a potência de "Nasce uma Estrela" (e de fato não tem), as sensações que as histórias geram são muito semelhantes, o que praticamente nos impede de não torcer para que tudo dê certo e que todos os personagens sejam felizes para sempre.

"Pegando Fogo" tem sim um arco dramático bastante familiar, embora com algumas boas surpresas no final do segundo ato. As subtramas não decolam como o esperado e por isso soam até dispensáveis. Por outro lado, é importante dizer: quando a trama está focada no seu eixo principal, tudo funciona perfeitamente - "forma" e "conteúdo" estão 100% alinhados à uma trilha sonora suave e sensível (do Rob Simonsen de "O Caminho de Volta") que vale o elogio. Agora, sem a pretensão de ser um filme inesquecível, mas cumprindo o seu papel como entretenimento, "Pegando Fogo" vale o seu play tranquilamente - tenho certeza que você vai gostar!

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Se você gostou da série sensação de 2022, "O Urso"ou do sempre simpático "Chef", certamente você vai gostar desse drama estrelado pelo Bradley Cooper, chamado "Pegando Fogo". Embora o titulo esteja muito aquém do que a trama nos propõe, o filme talvez seja o exato "meio do caminho" entre as duas referências citadas, ou seja, ele não é nem uma comédia "deliciosa" ao melhor estilo "Sessão da Tarde", nem um drama denso e muito profundo que exija muitas reflexões ou nos impacte emocionalmente - eu diria que "Burnt" (no original) é um excelente entretenimento para quem gosta dos bastidores da gastronomia sem perder o charme de uma boa jornada de redenção! 

O chefe de cozinha Adam Jones (Bradley Cooper) já foi um dos mais respeitados em Paris, mas o envolvimento com álcool, mulheres e drogas fizeram com que sua carreira fosse ladeira abaixo. Após um período de isolamento em Nova Orleans, ele parte para Londres disposto a recomeçar e conquistar a tão sonhada terceira estrela Michelin. Para tanto ele conta com Tony (Daniel Brühl), que gerencia um restaurante na capital britânica, e com uma equipe de velhos conhecidos que podem ajudá-lo a vencer seus fantasmas e a provar que ainda é um grande chef. Confira o trailer:

Dirigido pelo competente John Wells (de "Maid") e com um elenco repleto de estrelas que vai do já citado Brühl, passando por Sienna Miller (como "Helena") e Omar Sy (como "Michel"), além de participações para lá de especiais de Emma Thompson, Uma Thurman e Alicia Vikander; "Pegando Fogo" é aquele tipo de filme que é muito difícil não gostar - todos os elementos dramáticos que o roteiro do Steven Knight (de "Coisas Belas e Sujas"e "Spencer") apresenta, imediatamente nos conectam com os personagens e com suas histórias. Obviamente que essas histórias estão carregadas de clichês, mas é justamente por isso um filme despretensioso se torna tão divertido.

Wells se aproveita de uma montagem extremamente ágil, mérito do Nick Moore (de "Rei dos Ladrões"), para nos transportar até aquela loucura que é uma cozinha de um grande restaurante ao mesmo tempo em que deixa Cooper fazer o que ele faz de melhor: ser um charmoso personagem cheio de marcas do passado que está em busca da felicidade - não por acaso as semelhanças entre o chef Adam Jones e o astro country, Jack, de "Nasce uma Estrela", são imensas. Se o roteiro de "Pegando Fogo" não tem a potência de "Nasce uma Estrela" (e de fato não tem), as sensações que as histórias geram são muito semelhantes, o que praticamente nos impede de não torcer para que tudo dê certo e que todos os personagens sejam felizes para sempre.

"Pegando Fogo" tem sim um arco dramático bastante familiar, embora com algumas boas surpresas no final do segundo ato. As subtramas não decolam como o esperado e por isso soam até dispensáveis. Por outro lado, é importante dizer: quando a trama está focada no seu eixo principal, tudo funciona perfeitamente - "forma" e "conteúdo" estão 100% alinhados à uma trilha sonora suave e sensível (do Rob Simonsen de "O Caminho de Volta") que vale o elogio. Agora, sem a pretensão de ser um filme inesquecível, mas cumprindo o seu papel como entretenimento, "Pegando Fogo" vale o seu play tranquilamente - tenho certeza que você vai gostar!

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Por que você partiu?

"Por que você partiu?" é um documentário brasileiro muito, mas muito, interessante e que merece ser assistido pelas ótimas histórias que o filme conta, mas, principalmente, pela sensibilidade do Diretor Eric Belhassen ao se colocar como uma espécie de protagonista oculto que tem o importante papel de unir os pontos levantados por todos os personagens e assim encontrar uma resposta (ou várias) para a pergunta que serve de título da obra! 

O filme se propõe a contar a história de cinco chefes de cozinha franceses que moram e trabalham no Brasil. Pesos pesados da gastronomia como Laurent Suaudeau, Erick Jacquin, Frédéric Monnier, Roland Villard, Alain Uzan e Emmanuel Bassoleil, nos contam as razões que os levaram a deixar a França para construir suas carreiras aqui no Brasil. Agora, muito mais interessante que isso (se é que é possível) é que o documentário ainda mostra o outro lado da história, o lado de quem ficou na França, ou seja, o sentimento dos pais e irmãos de cada um dos "exilados" - como o próprio filme os definem. Confira o trailer:

Antes do seu play, é preciso dizer que "Por que você partiu?" não é um filme sobre gastronomia, mesmo tendo personagens tão ilustres da área. Embora seja possível conferir um pouco do trabalho de cada um deles e até suas formas de liderar uma cozinha, o filme está muito mais preocupado em pontuar a jornada e a decisão de partir, do que propriamente exaltar a qualidade técnica e profissional dos chefs - ou seja, não se trata de mais um "Chef's Table". O processo de adaptação, as dificuldades, os fracassos, enfim, tudo isso é discutido, mas equilibrando muito mais a emoção do que a razão, enquanto pelo outro lado, o que vemos é basicamente a emoção guiando cada um dos depoimentos dos familiares! Vale muito a pena, é uma aula de humildade para quem acredita que profissionais de sucesso tiveram apenas "sorte"!

O roteiro de "Por que você partiu?" foi escrito pelo próprio Eric Belhassen e por seu irmão Marc. Inicialmente ele nos parece confuso, por não entregar de cara quem são as pessoas ligadas aos personagens principais e por que aquela história está sendo contada. Claro que logo entendemos a dinâmica narrativa, mas essa confusão (talvez) proposital poderia ser facilmente eliminada com algumas legendas de apresentação, porém é preciso respeitar a escolha do diretor (ou dos roteiristas) que optaram por nos provocar à refletir e entender o que se passa na cabeça de quem fica e não somente na de quem parte para uma aventura em outro país. 

A intimidade de cada um dos cinco chefs é revelada a partir de entrevistas cara a cara - não existe a necessidade de muitas inserções gráficas ou de imagens de arquivo para criar o clima do filme! Estamos falando de "chegadas e partidas" e como isso impacta na vida de cada um - o tema, por si só, já é o suficiente para nos envolver com as histórias. Se levarmos em conta que os franceses são completamente diferentes dos brasileiros ao exporem suas emoções, o que vemos é uma enorme habilidade de Belhassen para se tornar tão íntimo, tão rápido - e ele consegue em todos os casos! Os problemas familiares decorrentes das escolhas de cada personagem, basicamente, pautam as conversas, tanto de uma lado quanto do outro, mas, de fato, é muito interessante como a montagem em si nos ajudam nessa experiência, não criando bengalas emocionais para nos fisgar - óbvio que um ou outro momento somos movidos ao emocional extremo, mas em nenhum momento me pareceu que estavam forçando a barra!

Talvez a única "escorregada" do roteiro foi ter se apegado apenas as histórias de sucesso, mas é compreensível essa escolha e fez muito sentido para o documentário; porém se tivéssemos um "retorno" sem o sucesso esperado, poderia se criar um plot até mais surpreendente para o final! Em todo caso, admito que o documentário me surpreendeu pela qualidade técnica e artística, pelo conceito narrativo e visual, além de um elenco de muita qualidade e, olha, ter nomes como Laurent Suaudeau, Erick Jacquin e Emmanuel Bassoleil sem máscaras é no mínimo sensacional! 

Documentário imperdível!

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"Por que você partiu?" é um documentário brasileiro muito, mas muito, interessante e que merece ser assistido pelas ótimas histórias que o filme conta, mas, principalmente, pela sensibilidade do Diretor Eric Belhassen ao se colocar como uma espécie de protagonista oculto que tem o importante papel de unir os pontos levantados por todos os personagens e assim encontrar uma resposta (ou várias) para a pergunta que serve de título da obra! 

O filme se propõe a contar a história de cinco chefes de cozinha franceses que moram e trabalham no Brasil. Pesos pesados da gastronomia como Laurent Suaudeau, Erick Jacquin, Frédéric Monnier, Roland Villard, Alain Uzan e Emmanuel Bassoleil, nos contam as razões que os levaram a deixar a França para construir suas carreiras aqui no Brasil. Agora, muito mais interessante que isso (se é que é possível) é que o documentário ainda mostra o outro lado da história, o lado de quem ficou na França, ou seja, o sentimento dos pais e irmãos de cada um dos "exilados" - como o próprio filme os definem. Confira o trailer:

Antes do seu play, é preciso dizer que "Por que você partiu?" não é um filme sobre gastronomia, mesmo tendo personagens tão ilustres da área. Embora seja possível conferir um pouco do trabalho de cada um deles e até suas formas de liderar uma cozinha, o filme está muito mais preocupado em pontuar a jornada e a decisão de partir, do que propriamente exaltar a qualidade técnica e profissional dos chefs - ou seja, não se trata de mais um "Chef's Table". O processo de adaptação, as dificuldades, os fracassos, enfim, tudo isso é discutido, mas equilibrando muito mais a emoção do que a razão, enquanto pelo outro lado, o que vemos é basicamente a emoção guiando cada um dos depoimentos dos familiares! Vale muito a pena, é uma aula de humildade para quem acredita que profissionais de sucesso tiveram apenas "sorte"!

O roteiro de "Por que você partiu?" foi escrito pelo próprio Eric Belhassen e por seu irmão Marc. Inicialmente ele nos parece confuso, por não entregar de cara quem são as pessoas ligadas aos personagens principais e por que aquela história está sendo contada. Claro que logo entendemos a dinâmica narrativa, mas essa confusão (talvez) proposital poderia ser facilmente eliminada com algumas legendas de apresentação, porém é preciso respeitar a escolha do diretor (ou dos roteiristas) que optaram por nos provocar à refletir e entender o que se passa na cabeça de quem fica e não somente na de quem parte para uma aventura em outro país. 

A intimidade de cada um dos cinco chefs é revelada a partir de entrevistas cara a cara - não existe a necessidade de muitas inserções gráficas ou de imagens de arquivo para criar o clima do filme! Estamos falando de "chegadas e partidas" e como isso impacta na vida de cada um - o tema, por si só, já é o suficiente para nos envolver com as histórias. Se levarmos em conta que os franceses são completamente diferentes dos brasileiros ao exporem suas emoções, o que vemos é uma enorme habilidade de Belhassen para se tornar tão íntimo, tão rápido - e ele consegue em todos os casos! Os problemas familiares decorrentes das escolhas de cada personagem, basicamente, pautam as conversas, tanto de uma lado quanto do outro, mas, de fato, é muito interessante como a montagem em si nos ajudam nessa experiência, não criando bengalas emocionais para nos fisgar - óbvio que um ou outro momento somos movidos ao emocional extremo, mas em nenhum momento me pareceu que estavam forçando a barra!

Talvez a única "escorregada" do roteiro foi ter se apegado apenas as histórias de sucesso, mas é compreensível essa escolha e fez muito sentido para o documentário; porém se tivéssemos um "retorno" sem o sucesso esperado, poderia se criar um plot até mais surpreendente para o final! Em todo caso, admito que o documentário me surpreendeu pela qualidade técnica e artística, pelo conceito narrativo e visual, além de um elenco de muita qualidade e, olha, ter nomes como Laurent Suaudeau, Erick Jacquin e Emmanuel Bassoleil sem máscaras é no mínimo sensacional! 

Documentário imperdível!

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Sideways

Aclamado como um dos melhores filmes de 2004, "Sideways" (que no Brasil ganhouo sugestivo subtítulo e "Entre Umas e Outras") é uma verdadeira obra-prima do diretor Alexander Payne(de "Os Decendentes"). O roteiro (vencedor na categoria "Roteiro Adaptado" no Oscar de 2005) mergulha profundamente nas complexidades da vida adulta e de seus relacionamentos. Com uma equilíbrio perfeito entre a comédia, o drama e seus vários momentos de reflexão, o filme oferece uma experiência cinematográfica memorável e muito cativante.

A trama gira em torno de dois amigos de longa data, Miles (Paul Giamatti) e Jack (Thomas Haden Church). Miles é um escritor fracassado e divorciado, que busca conforto em sua paixão pelo vinho, enquanto Jack é um ator em decadência que está prestes a se casar e decide aproveitar sua última semana de solteiro com uma viagem pelo Vale de Santa Ynez, na Califórnia. Em crise e lidando com suas próprias questões pessoais, o filme é uma verdadeira jornada sobre solidão e reencontro. Confira o trailer (em inglês):

O que torna "Sideways" tão especial é a maneira como Payne retrata as nuances das emoções humanas. O roteiro do próprio Payne ao lado de Rex Pickett e de Jim Taylor explora os altos e baixos da vida, a fragilidade das relações interpessoais e as oportunidades perdidas ao longo desse caminho. O filme, de fato, nos leva por uma jornada emocional, que nos faz rir e chorar ao mesmo tempo, e nos provoca uma reflexão sobre nossas próprias vidas e escolhas - então esteja preparado!

Além da narrativa envolvente, "Sideways" também brilha em sua abordagem visual. A fotografia do diretor Phedon Papamichael captura a beleza deslumbrante do Vale de Santa Ynez, com suas vastas paisagens de vinhedos e montanhas de uma forma única - chega a ser impressionante sua não indicação ao Oscar daquela temporada (ele que foi indicado anos depois por "Nebraska" e "Os 7 de Chicago"). As cenas são cirurgicamente bem enquadradas, transmitindo tanto a sensação de serenidade quanto a de solidão dos personagens. Lindo de ver e de sentir!

O elenco, como não poderia deixar de ser, é um dos pontos altos do filme - Giamatti oferece uma performance magnífica, transmitindo com maestria a tristeza e a amargura de seu personagem. Já Thomas Haden Church traz uma energia vibrante e um toque de comicidade, equilibrando perfeitamente as nuances entre eles. Além deles, Virginia Madsen e Sandra Oh merecem destaque por suas interpretações apaixonadas e envolventes. Madsen retrata Maya, uma garçonete local que desperta o interesse de Miles, enquanto Oh interpreta Stephanie, uma sedutora e carismática amiga de Jack. Ambas as atrizes entregam trabalhos convincentes, adicionando camadas de profundidade emocional ao filme capaz de colocá-lo em outro patamar.

Veja, embora "Sideways" seja ambientado no mundo do vinho, o filme é muito mais do que uma história sobre essa maravilha - ele é um retrato sensível sobre a condição humana que explora temas universais como o amadurecimento, a amizade e a busca contínua pela felicidade. Com diálogos afiados e personagens dos mais complexos, o filme nos leva por uma viagem introspectiva que nos deixa com uma sensação de conexão com os personagens que chega tocar a alma. 

Vale muito o seu play, para ver ou rever!

Up-date: "Sideways" recebeu cinco indicações no Oscar 2005, inclusive de "Melhor Filme do Ano"!

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Aclamado como um dos melhores filmes de 2004, "Sideways" (que no Brasil ganhouo sugestivo subtítulo e "Entre Umas e Outras") é uma verdadeira obra-prima do diretor Alexander Payne(de "Os Decendentes"). O roteiro (vencedor na categoria "Roteiro Adaptado" no Oscar de 2005) mergulha profundamente nas complexidades da vida adulta e de seus relacionamentos. Com uma equilíbrio perfeito entre a comédia, o drama e seus vários momentos de reflexão, o filme oferece uma experiência cinematográfica memorável e muito cativante.

A trama gira em torno de dois amigos de longa data, Miles (Paul Giamatti) e Jack (Thomas Haden Church). Miles é um escritor fracassado e divorciado, que busca conforto em sua paixão pelo vinho, enquanto Jack é um ator em decadência que está prestes a se casar e decide aproveitar sua última semana de solteiro com uma viagem pelo Vale de Santa Ynez, na Califórnia. Em crise e lidando com suas próprias questões pessoais, o filme é uma verdadeira jornada sobre solidão e reencontro. Confira o trailer (em inglês):

O que torna "Sideways" tão especial é a maneira como Payne retrata as nuances das emoções humanas. O roteiro do próprio Payne ao lado de Rex Pickett e de Jim Taylor explora os altos e baixos da vida, a fragilidade das relações interpessoais e as oportunidades perdidas ao longo desse caminho. O filme, de fato, nos leva por uma jornada emocional, que nos faz rir e chorar ao mesmo tempo, e nos provoca uma reflexão sobre nossas próprias vidas e escolhas - então esteja preparado!

Além da narrativa envolvente, "Sideways" também brilha em sua abordagem visual. A fotografia do diretor Phedon Papamichael captura a beleza deslumbrante do Vale de Santa Ynez, com suas vastas paisagens de vinhedos e montanhas de uma forma única - chega a ser impressionante sua não indicação ao Oscar daquela temporada (ele que foi indicado anos depois por "Nebraska" e "Os 7 de Chicago"). As cenas são cirurgicamente bem enquadradas, transmitindo tanto a sensação de serenidade quanto a de solidão dos personagens. Lindo de ver e de sentir!

O elenco, como não poderia deixar de ser, é um dos pontos altos do filme - Giamatti oferece uma performance magnífica, transmitindo com maestria a tristeza e a amargura de seu personagem. Já Thomas Haden Church traz uma energia vibrante e um toque de comicidade, equilibrando perfeitamente as nuances entre eles. Além deles, Virginia Madsen e Sandra Oh merecem destaque por suas interpretações apaixonadas e envolventes. Madsen retrata Maya, uma garçonete local que desperta o interesse de Miles, enquanto Oh interpreta Stephanie, uma sedutora e carismática amiga de Jack. Ambas as atrizes entregam trabalhos convincentes, adicionando camadas de profundidade emocional ao filme capaz de colocá-lo em outro patamar.

Veja, embora "Sideways" seja ambientado no mundo do vinho, o filme é muito mais do que uma história sobre essa maravilha - ele é um retrato sensível sobre a condição humana que explora temas universais como o amadurecimento, a amizade e a busca contínua pela felicidade. Com diálogos afiados e personagens dos mais complexos, o filme nos leva por uma viagem introspectiva que nos deixa com uma sensação de conexão com os personagens que chega tocar a alma. 

Vale muito o seu play, para ver ou rever!

Up-date: "Sideways" recebeu cinco indicações no Oscar 2005, inclusive de "Melhor Filme do Ano"!

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The Final Table

"The Final Table" é digno de maratona, mas admito que assisti mais por gostar do tema, do que por alguma grande inovação do Formato!

São 10 episódios de pouco mais de 50 minutos, onde 12 duplas, formadas por Chef's do mundo inteiro, precisam fazer receitas que representam um determinado país: primeiro um prato tradicional é escolhido por três convidados e depois, em uma repescagem, um único ingrediente é indicado por um Chef do país e a critividade dos competidores são colocadas a prova. Advinha qual foi o prato tradicional que representa o Brasil?...rs. A cada episódio uma dupla é eliminada até que no episódio final as duas melhores duplas são desfeitas e a competição passa a ser individual.  

Vamos lá, "The Final Table" tem selo de super-produção: é muito (mas muito) bem produzido, o cenário é lindo, a iluminação é impecável (e tem um papel importante na narrativa - isso é um mérito que vemos pouco por aqui) e a trilha sonora (e efeitos) excelente. Tudo funciona muito organicamente! O Formato é muito bem definido, com elementos de fácil assimilação e com uma dinâmica de competição bastante comum - o que ajuda por um lado, porque as regras são claras e fáceis, mas pode ser um pouco enfadonho por outro, afinal parece mais do mesmo! O Formato Original da Netflix é uma espécie de MasterChef de grife com uma dinâmica (narrativa e visual) de America's Got Talent (com Host, jurados, alguma tensão, depoimentos, mais um pouco de tensão, etc), mas o que eleva o nível de elegância do programa são, sem dúvida, as referências de "Chef's Table" - na minha opinião, isso colocou o Formato em outro patamar!

A primeira temporada viaja por 9 países, mostra um pouco da sua cultura gastronômica, da história de alguns ingredientes e de um Chef referência do país por episódio. A competição é aquilo que a gente conhece e não dá muito pra fugir disso, o que é divertido pra quem gosta de gastronomia e pronto. A única coisa que eu não gostei tanto no Formato é o fato de serem duplas: 24 competidores é muita coisa para só 10 episódios. Você não consegue criar vinculo com eles, não se identifica imediatamente com suas histórias e ficamos com a sensação que tudo parece muito corrido. Não mudaria em nada se fossem 12 competidores (1 de cada país) - traria muito mais aquele tom de Copa do Mundo para cada Temporada. A competição ganharia e esse lado mais "The Voice" poderia ser melhor trabalhado nas edições. Vale o play, é divertido, dinâmico e te prende. Em breve saberemos se uma segunda temporada vem aí. Eu aposto que sim!!! 

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"The Final Table" é digno de maratona, mas admito que assisti mais por gostar do tema, do que por alguma grande inovação do Formato!

São 10 episódios de pouco mais de 50 minutos, onde 12 duplas, formadas por Chef's do mundo inteiro, precisam fazer receitas que representam um determinado país: primeiro um prato tradicional é escolhido por três convidados e depois, em uma repescagem, um único ingrediente é indicado por um Chef do país e a critividade dos competidores são colocadas a prova. Advinha qual foi o prato tradicional que representa o Brasil?...rs. A cada episódio uma dupla é eliminada até que no episódio final as duas melhores duplas são desfeitas e a competição passa a ser individual.  

Vamos lá, "The Final Table" tem selo de super-produção: é muito (mas muito) bem produzido, o cenário é lindo, a iluminação é impecável (e tem um papel importante na narrativa - isso é um mérito que vemos pouco por aqui) e a trilha sonora (e efeitos) excelente. Tudo funciona muito organicamente! O Formato é muito bem definido, com elementos de fácil assimilação e com uma dinâmica de competição bastante comum - o que ajuda por um lado, porque as regras são claras e fáceis, mas pode ser um pouco enfadonho por outro, afinal parece mais do mesmo! O Formato Original da Netflix é uma espécie de MasterChef de grife com uma dinâmica (narrativa e visual) de America's Got Talent (com Host, jurados, alguma tensão, depoimentos, mais um pouco de tensão, etc), mas o que eleva o nível de elegância do programa são, sem dúvida, as referências de "Chef's Table" - na minha opinião, isso colocou o Formato em outro patamar!

A primeira temporada viaja por 9 países, mostra um pouco da sua cultura gastronômica, da história de alguns ingredientes e de um Chef referência do país por episódio. A competição é aquilo que a gente conhece e não dá muito pra fugir disso, o que é divertido pra quem gosta de gastronomia e pronto. A única coisa que eu não gostei tanto no Formato é o fato de serem duplas: 24 competidores é muita coisa para só 10 episódios. Você não consegue criar vinculo com eles, não se identifica imediatamente com suas histórias e ficamos com a sensação que tudo parece muito corrido. Não mudaria em nada se fossem 12 competidores (1 de cada país) - traria muito mais aquele tom de Copa do Mundo para cada Temporada. A competição ganharia e esse lado mais "The Voice" poderia ser melhor trabalhado nas edições. Vale o play, é divertido, dinâmico e te prende. Em breve saberemos se uma segunda temporada vem aí. Eu aposto que sim!!! 

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Todos contra o Chef

"Todos contra o Chef" é um formato de competição de gastronomia de 2017 que a Netflix estreou recentemente na sua plataforma. Vindo da Australia, o programa tem uma dinâmica bastante diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil.

A 1ª Temporada, por exemplo, é dividida em 6 competições temáticas: Vietnã, China, Turquia, Itália, África e Grécia. Em cada uma dessas competições, participam 4 cozinheiros amadores, eles se enfrentam e enfrentam uma equipe de profissionais de algum renomado restaurante australiano. Dentro da competição, são 4 fases, onde os participantes encaram, pela ordem: um aprendiz, um chefe de bancada, um Sous-chef e, finalmente, o Chef(ão) do restaurante!  Em cada fase, o pior prato é eliminado por um jurado e o restante dos competidores vão avançando até sobrar um - o potencial adversário do Chef. O maluco é que, além dos 4 episódios de competição, existe um quinto onde uma apresentadora mostra justamente o restaurante do Chef que acabou de participar da final com o cozinheiro amador. Só que esse episódio, embora até interessante, não tem absolutamente nada a ver com a competição ou com o Formato em si - parece outro programa! Eu admito que eu achei meio "sem pé nem cabeça" e sem razão alguma de existir, mas...rs

Os três hosts são fixos e tem o seu carisma, os participantes (que vão mudando a cada competição) são bons personagens e os Chefs (e suas equipes) também foram bem escolhidos, mas a experiência de acompanhar a competição mesmo, sofre muito com os episódios do Formato - são muito curtos, apenas 22 minutos!!! Como é bastante ágil, não dá tempo para você se identificar com os personagens, o que acaba gerando um distanciamento da disputa em si, porque você acaba não torcendo para ninguém por afinidade! No que diz respeito à gastronomia, não dá para se aprofundar nas receitas e nas peculiaridades de cada desafio, mas, pelo menos, é possível entender um pouco da cultura de cada região e as razões que levaram um ou outro prato à vitória (ou para a eliminação) - talvez esse seja seu maior mérito: o repertório que ganhamos!  

"Todos contra o Chef" tem 30 episódios nessa 1ª Temporada, mas é bem rápido. Uma boa sugestão é assistir os 24 episódios de competição e só depois assistir os episódios extras (vamos chamara assim) para conhecer os restaurantes e suas especialidades. Olha, é até divertido, serve para aprendermos alguns pratos bem típicos  dos países de cada uma das competições, mas também falta um pouco de aprofundamento para quem gosta de replicar receitas. E falta emoção por ser uma disputa entre cozinheiros! Eu sempre digo que um bom Formato precisa falar de pessoas, ter um bom elenco - o pano de fundo pode até ser a comida, o namoro, a reforma da casa; mas o que vale mesmo são as histórias dos competidores e isso "Todos contra o Chef" não tem! Se não te incomodar, dê o play; caso contrário espere a próxima temporada de Masterchef!

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"Todos contra o Chef" é um formato de competição de gastronomia de 2017 que a Netflix estreou recentemente na sua plataforma. Vindo da Australia, o programa tem uma dinâmica bastante diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil.

A 1ª Temporada, por exemplo, é dividida em 6 competições temáticas: Vietnã, China, Turquia, Itália, África e Grécia. Em cada uma dessas competições, participam 4 cozinheiros amadores, eles se enfrentam e enfrentam uma equipe de profissionais de algum renomado restaurante australiano. Dentro da competição, são 4 fases, onde os participantes encaram, pela ordem: um aprendiz, um chefe de bancada, um Sous-chef e, finalmente, o Chef(ão) do restaurante!  Em cada fase, o pior prato é eliminado por um jurado e o restante dos competidores vão avançando até sobrar um - o potencial adversário do Chef. O maluco é que, além dos 4 episódios de competição, existe um quinto onde uma apresentadora mostra justamente o restaurante do Chef que acabou de participar da final com o cozinheiro amador. Só que esse episódio, embora até interessante, não tem absolutamente nada a ver com a competição ou com o Formato em si - parece outro programa! Eu admito que eu achei meio "sem pé nem cabeça" e sem razão alguma de existir, mas...rs

Os três hosts são fixos e tem o seu carisma, os participantes (que vão mudando a cada competição) são bons personagens e os Chefs (e suas equipes) também foram bem escolhidos, mas a experiência de acompanhar a competição mesmo, sofre muito com os episódios do Formato - são muito curtos, apenas 22 minutos!!! Como é bastante ágil, não dá tempo para você se identificar com os personagens, o que acaba gerando um distanciamento da disputa em si, porque você acaba não torcendo para ninguém por afinidade! No que diz respeito à gastronomia, não dá para se aprofundar nas receitas e nas peculiaridades de cada desafio, mas, pelo menos, é possível entender um pouco da cultura de cada região e as razões que levaram um ou outro prato à vitória (ou para a eliminação) - talvez esse seja seu maior mérito: o repertório que ganhamos!  

"Todos contra o Chef" tem 30 episódios nessa 1ª Temporada, mas é bem rápido. Uma boa sugestão é assistir os 24 episódios de competição e só depois assistir os episódios extras (vamos chamara assim) para conhecer os restaurantes e suas especialidades. Olha, é até divertido, serve para aprendermos alguns pratos bem típicos  dos países de cada uma das competições, mas também falta um pouco de aprofundamento para quem gosta de replicar receitas. E falta emoção por ser uma disputa entre cozinheiros! Eu sempre digo que um bom Formato precisa falar de pessoas, ter um bom elenco - o pano de fundo pode até ser a comida, o namoro, a reforma da casa; mas o que vale mesmo são as histórias dos competidores e isso "Todos contra o Chef" não tem! Se não te incomodar, dê o play; caso contrário espere a próxima temporada de Masterchef!

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Wolfgang - o chef celebridade

"Wolfgang" poderia tranqüilamente ser mais um episódio de "Chef's Table". Não por acaso o diretor do documentário da Disney+, David Gelb, também produziu e dirigiu a série da Netflix, além de "Street Food: Asia" em 2019 e "O Sushi dos Sonhos de Jiro" em 2011 - mas o que isso quer dizer? Simples: o perfeito equilíbrio entre uma qualidade cinematográfica acima da média com a capacidade de transformar história de vida, empreendedorismo e gastronomia em uma jornada emocional, quase poética.

“Wolfgang", que no Brasil ganhou o sugestivo subtítulo de "O Chef Celebridade“, conta a história do renomado chef de cozinha austríaco Wolfgang Puck. Após uma infância problemática em sua terra natal, Wolfgang perseverou para perseguir seus sonhos e se tornar o chef mais famoso do mundo, criando muito mais que um novo conceito de gastronomia a partir da cozinha americana e, principalmente, reinventando sua posição e importância profissional perante o público e o marketing, o que lhe rendeu o status de primeiro chef celebridade da história. Confira o trailer:

"Se você se dedicar de corpo e alma, amar aquilo que faz, você terá aproveitado a vida!" - Levando essa frase até as últimas consequências, o documentário vai além das criações do chef Wolf, como era conhecido no mercado. O roteiro traz para o entretenimento uma verdadeira jornada de superação, renúncia, resiliência e talento. Se nada na vida é fácil, como dizia o próprio Wolfgang, as lentes de Gelb constrói facilmente uma linha temporal bastante coerente e de fácil identificação para contar a história de um adolescente na Áustria que aproveitou do seu amor pela gastronomia para escapar de uma educação severa e de maus tratos de seu padrasto. Da primeira oportunidade, ainda na sua cidade natal e que acabou abrindo caminho para ele treinar suas habilidades na França até chegar aos Estados Unidos com apenas 24 anos, o aspirante a chef começou a trabalhar na Ma Maison na Califórnia, elaborando um menu original, pela primeira vez com ingredientes frescos, levando o restaurante para outro patamar, mas ainda assim, a falta de reconhecimento do dono levou Puck a assumir o maior risco de sua carreira e abrir seu primeiro empreendimento, o Spago - sucesso instantâneo onde clientes famosos adoravam a nova culinária e personalidade do chef.

São muitas curiosidades, lições de vida e de empreendedorismo, onde nem tudo que reluz é ouro, porém o documentário é muito feliz em retratar cada fase de Wolfgang a partir de imagens de arquivo, entrevistas com o próprio Wolf e, principalmente, com pessoas que transitavam pelo universo do chef desde o inicio de sua jornada, com muita intimidade. Se o documentário não se aprofunda em temas mais espinhosos, provavelmente pelo limite de tempo, a dinâmica narrativa e a honestidade dos entrevistados criam uma agradável experiência para quem assiste. O fato é que depois que assistir “Wolfgang - o chef celebridade" fica impossível não querer conhecer o seu restaurante Spago e experimentar a pizza com molho de endro, salmão defumado e caviar - é de dar água na boca!

Se você gosta de Chef's Table, esse documentário é imperdível!

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"Wolfgang" poderia tranqüilamente ser mais um episódio de "Chef's Table". Não por acaso o diretor do documentário da Disney+, David Gelb, também produziu e dirigiu a série da Netflix, além de "Street Food: Asia" em 2019 e "O Sushi dos Sonhos de Jiro" em 2011 - mas o que isso quer dizer? Simples: o perfeito equilíbrio entre uma qualidade cinematográfica acima da média com a capacidade de transformar história de vida, empreendedorismo e gastronomia em uma jornada emocional, quase poética.

“Wolfgang", que no Brasil ganhou o sugestivo subtítulo de "O Chef Celebridade“, conta a história do renomado chef de cozinha austríaco Wolfgang Puck. Após uma infância problemática em sua terra natal, Wolfgang perseverou para perseguir seus sonhos e se tornar o chef mais famoso do mundo, criando muito mais que um novo conceito de gastronomia a partir da cozinha americana e, principalmente, reinventando sua posição e importância profissional perante o público e o marketing, o que lhe rendeu o status de primeiro chef celebridade da história. Confira o trailer:

"Se você se dedicar de corpo e alma, amar aquilo que faz, você terá aproveitado a vida!" - Levando essa frase até as últimas consequências, o documentário vai além das criações do chef Wolf, como era conhecido no mercado. O roteiro traz para o entretenimento uma verdadeira jornada de superação, renúncia, resiliência e talento. Se nada na vida é fácil, como dizia o próprio Wolfgang, as lentes de Gelb constrói facilmente uma linha temporal bastante coerente e de fácil identificação para contar a história de um adolescente na Áustria que aproveitou do seu amor pela gastronomia para escapar de uma educação severa e de maus tratos de seu padrasto. Da primeira oportunidade, ainda na sua cidade natal e que acabou abrindo caminho para ele treinar suas habilidades na França até chegar aos Estados Unidos com apenas 24 anos, o aspirante a chef começou a trabalhar na Ma Maison na Califórnia, elaborando um menu original, pela primeira vez com ingredientes frescos, levando o restaurante para outro patamar, mas ainda assim, a falta de reconhecimento do dono levou Puck a assumir o maior risco de sua carreira e abrir seu primeiro empreendimento, o Spago - sucesso instantâneo onde clientes famosos adoravam a nova culinária e personalidade do chef.

São muitas curiosidades, lições de vida e de empreendedorismo, onde nem tudo que reluz é ouro, porém o documentário é muito feliz em retratar cada fase de Wolfgang a partir de imagens de arquivo, entrevistas com o próprio Wolf e, principalmente, com pessoas que transitavam pelo universo do chef desde o inicio de sua jornada, com muita intimidade. Se o documentário não se aprofunda em temas mais espinhosos, provavelmente pelo limite de tempo, a dinâmica narrativa e a honestidade dos entrevistados criam uma agradável experiência para quem assiste. O fato é que depois que assistir “Wolfgang - o chef celebridade" fica impossível não querer conhecer o seu restaurante Spago e experimentar a pizza com molho de endro, salmão defumado e caviar - é de dar água na boca!

Se você gosta de Chef's Table, esse documentário é imperdível!

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