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Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

Um épico de verdade, em um contexto que traz elementos históricos de "The Last Kingdom" e lendários de "Vikings", mas com aquele toque de traição, mentiras e assassinatos que nos fizeram se apaixonar por "Game of Thrones"! A verdade é que "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão", série baseada na aclamada obra de James Clavell, publicada em 1975, e criada por Rachel Kondo e Justin Marks, é uma grandiosa e detalhada recriação de uma era histórica marcada por conflitos culturais, políticos e religiosos. A produção, uma das mais ambiciosas de 2024, apresenta um mergulho profundo na Era Tokugawa do Japão, retratando o impacto do encontro entre o Ocidente e o Oriente através da jornada do marinheiro John Blackthorne, ao mesmo tempo em que explora a intrincada dinâmica de poder, honra e sobrevivência que permeava o período. Assim como a saudosa "Marco Polo", Xógum combina intrigas políticas com um espetáculo visual impressionante, oferecendo tanto drama quanto muita ação em terras japonesas.

A narrativa segue John Blackthorne (Cosmo Jarvis) após seu naufrágio nas costas do Japão no início do século XVII. A partir daí, ele é imerso em uma cultura que é ao mesmo tempo fascinante e impenetrável para ele. Enquanto aprende o idioma, os costumes e as regras da sociedade local, Blackthorne se encontra no centro de um jogo político entre o poderoso senhor feudal Toranaga (Hiroyuki Sanada), sua serva Toda Mariko (Anna Sawai) e seus rivais do Conselho de Regentes. Confira o trailer:

A estreante Rachel Kondo e o premiado Justin Marks (de "Top Gun: Maverick") se juntam ao diretor Frederick E.O. Toye (de "See") para abordar a adaptação de "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão" com uma reverência evidente pela obra original, ao mesmo tempo que atualizam elementos narrativos para ressoar com uma audiência contemporâneo sedenta por um novo (e viciante) épico histórico. A série amplia o papel e a profundidade de personagens femininas, oferecendo um retrato mais inclusivo e matizado das dinâmicas de gênero em uma sociedade rigidamente hierarquizada como do Japão. Essa proposta se soma a um roteiro que acerta ao equilibrar momentos de introspecção e diálogos primorosos com sequências de ação e tensão política de altíssima qualidade, criando um ritmo que nos mantém envolvidos ao longo dos 10 episódios da primeira temporada como poucas vezes.

Visualmente, "Xógum" é um triunfo - a direção de arte recria o Japão feudal com uma atenção meticulosa aos detalhes, desde os trajes elaborados até as paisagens deslumbrantes que capturam a beleza natural e arquitetônica da época. A fotografia conceitualizada e assinada pelo Sam McCurdy (de "Game of Thrones") utiliza enquadramentos amplos e dinâmicos para destacar a grandiosidade dos cenários, enquanto planos mais íntimos revelam a complexidade emocional dos personagens inseridos naquela trama tão volátil. A trilha sonora, com composições que misturam instrumentos tradicionais japoneses e orquestrações mais modernas, adiciona uma camada emocional e atmosférica à narrativa que olha, merece muitos aplausos. Já as performances são um dos pilares da série. Cosmo Jarvis equilibra vulnerabilidade e determinação, transmitindo tanto a admiração quanto o desconforto de seu personagem em um ambiente estrangeiro tão inóspito. Hiroyuki Sanada, por sua vez, entrega carisma e profundidade, retratando tanto um líder estrategista implacável quanto um guardião de forte código de honra. As atuações de Anna Sawai, de Tadanobu Asano (o Kashigi Yabushige) e de Takehiro Hira (oIshido Kazunari) também merecerem sua atenção - eles oferecem nuances emocionais e uma riqueza narrativa que elevam a história para outro patamar.

Como em "Game of Thrones", a complexidade das intrigas políticas e das interações culturais, de fato, desafiam aqueles menos familiarizados com o contexto histórico do Japão feudal, mas também é preciso que se diga que a série se torna mais fluida quando examina os laços de lealdade e as escolhas morais que moldam o destino dos personagens, se apropriando de um mundo cheio de códigos rígidos que definem o mocinho e bandido - mesmo que essa perspectiva vá mudando naturalmente ao longo dos conflitos. "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão" faz jus à grandiosidade do material original, entregando uma experiência visual e narrativa que justificam os 18 (isso mesmo, 18) Emmys conquistados em 2024 - inclusive o de "Melhor Série de Drama do Ano"!

Vale demais o seu play!

Assista Agora

Um épico de verdade, em um contexto que traz elementos históricos de "The Last Kingdom" e lendários de "Vikings", mas com aquele toque de traição, mentiras e assassinatos que nos fizeram se apaixonar por "Game of Thrones"! A verdade é que "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão", série baseada na aclamada obra de James Clavell, publicada em 1975, e criada por Rachel Kondo e Justin Marks, é uma grandiosa e detalhada recriação de uma era histórica marcada por conflitos culturais, políticos e religiosos. A produção, uma das mais ambiciosas de 2024, apresenta um mergulho profundo na Era Tokugawa do Japão, retratando o impacto do encontro entre o Ocidente e o Oriente através da jornada do marinheiro John Blackthorne, ao mesmo tempo em que explora a intrincada dinâmica de poder, honra e sobrevivência que permeava o período. Assim como a saudosa "Marco Polo", Xógum combina intrigas políticas com um espetáculo visual impressionante, oferecendo tanto drama quanto muita ação em terras japonesas.

A narrativa segue John Blackthorne (Cosmo Jarvis) após seu naufrágio nas costas do Japão no início do século XVII. A partir daí, ele é imerso em uma cultura que é ao mesmo tempo fascinante e impenetrável para ele. Enquanto aprende o idioma, os costumes e as regras da sociedade local, Blackthorne se encontra no centro de um jogo político entre o poderoso senhor feudal Toranaga (Hiroyuki Sanada), sua serva Toda Mariko (Anna Sawai) e seus rivais do Conselho de Regentes. Confira o trailer:

A estreante Rachel Kondo e o premiado Justin Marks (de "Top Gun: Maverick") se juntam ao diretor Frederick E.O. Toye (de "See") para abordar a adaptação de "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão" com uma reverência evidente pela obra original, ao mesmo tempo que atualizam elementos narrativos para ressoar com uma audiência contemporâneo sedenta por um novo (e viciante) épico histórico. A série amplia o papel e a profundidade de personagens femininas, oferecendo um retrato mais inclusivo e matizado das dinâmicas de gênero em uma sociedade rigidamente hierarquizada como do Japão. Essa proposta se soma a um roteiro que acerta ao equilibrar momentos de introspecção e diálogos primorosos com sequências de ação e tensão política de altíssima qualidade, criando um ritmo que nos mantém envolvidos ao longo dos 10 episódios da primeira temporada como poucas vezes.

Visualmente, "Xógum" é um triunfo - a direção de arte recria o Japão feudal com uma atenção meticulosa aos detalhes, desde os trajes elaborados até as paisagens deslumbrantes que capturam a beleza natural e arquitetônica da época. A fotografia conceitualizada e assinada pelo Sam McCurdy (de "Game of Thrones") utiliza enquadramentos amplos e dinâmicos para destacar a grandiosidade dos cenários, enquanto planos mais íntimos revelam a complexidade emocional dos personagens inseridos naquela trama tão volátil. A trilha sonora, com composições que misturam instrumentos tradicionais japoneses e orquestrações mais modernas, adiciona uma camada emocional e atmosférica à narrativa que olha, merece muitos aplausos. Já as performances são um dos pilares da série. Cosmo Jarvis equilibra vulnerabilidade e determinação, transmitindo tanto a admiração quanto o desconforto de seu personagem em um ambiente estrangeiro tão inóspito. Hiroyuki Sanada, por sua vez, entrega carisma e profundidade, retratando tanto um líder estrategista implacável quanto um guardião de forte código de honra. As atuações de Anna Sawai, de Tadanobu Asano (o Kashigi Yabushige) e de Takehiro Hira (oIshido Kazunari) também merecerem sua atenção - eles oferecem nuances emocionais e uma riqueza narrativa que elevam a história para outro patamar.

Como em "Game of Thrones", a complexidade das intrigas políticas e das interações culturais, de fato, desafiam aqueles menos familiarizados com o contexto histórico do Japão feudal, mas também é preciso que se diga que a série se torna mais fluida quando examina os laços de lealdade e as escolhas morais que moldam o destino dos personagens, se apropriando de um mundo cheio de códigos rígidos que definem o mocinho e bandido - mesmo que essa perspectiva vá mudando naturalmente ao longo dos conflitos. "Xógum: A Gloriosa Saga do Japão" faz jus à grandiosidade do material original, entregando uma experiência visual e narrativa que justificam os 18 (isso mesmo, 18) Emmys conquistados em 2024 - inclusive o de "Melhor Série de Drama do Ano"!

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A Mulher Rei

Desde a sua estreia nos cinemas, "A Mulher Rei" vem colecionando elogios do público e da crítica por evidenciar o poder da mulher ao assumir o protagonismo de sua história sem esquecer do entretenimento de excelente qualidade. Em uma narrativa que mistura vários elementos de "Pantera Negra" com "Vikings", o filme dirigido pela Gina Prince-Bythewood (de "The Old Guard"estabelece uma dinâmica tão interessante que praticamente nos impede de tirar os olhos da tela. Com uma trama consistente, personagens complexos e com conexões realmente emocionantes, além de sequências de ação muito bem coreografadas, "A Mulher Rei" surpreende tanto pela qualidade quanto pela maturidade e justifica a enorme quantidade prêmios que conquistou pelos Festivais ao redor do globo e as duas indicações ao BAFTA 2023 - Melhor Direção e Melhor Atriz.

Na trama acompanhamos Nanisca (Viola Davis) uma comandante do exército do Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos da África nos séculos XVIII e XIX. Durante o período, esse grupo de elite era composto apenas por mulheres que, juntas, combateram seus colonizadores, tribos rivais e todos aqueles que tentaram escravizar seu povo e destruir suas terras. Conhecidas como Agojie, esse grupo foi criado por conta da população masculina que sofria com a violência da guerra e com a frequente comercialização de escravos pelo Império Oyo. Quando um novo inimigo decide destruir seu modo de vida, Nanisca precisa treinar a próxima geração de guerreiras para um sangrento combate que está por vir. Confira o trailer:

A habilidade de Gina Prince-Bythewood em equilibrar ação e emoção ao longo do filme, impressiona - dadas as devidas proporções e respeitando um subgênero mais, digamos, "realista", lembra muito "O Predador: A Caçada". A direção é bastante cuidadosa, com sequências de ação realmente empolgantes, mas também com momentos de introspecção que permitem aos personagens explorar suas motivações e desenvolver relacionamentos, de fato, significativos - essa construção de camadas mais profundas é o que dá certa "alma" ao filme. Aliás, é aí que Prince-Bythewood brilha, ao demonstrar a mesma maestria em criar um ritmo adequado para a narrativa, mantendo a história realmente envolvente do início ao fim.

O roteiro escrito pela Dana Stevens (criadora de uma série que eu adorava chamada "What About Brian" e roteirista de "Paternidade") e pela Maria Bello (de "Treta" da Netflix) proporciona momentos de tirar o fôlego ao mesmo tempo em que traz para discussão temas como propósito e a luta pela justiça, explorando questões filosóficas e éticas de uma maneira bastante interessante. Obviamente que o elenco só potencializa o texto, e nesse ponto Viola Davis toma conta do jogo - ela entrega uma performance emocionalmente complexa, capaz de capturar a dor de uma mulher marcada pelo passado com a mesma vibração e determinação de uma guerreira que parece imortal. A jovem Thuso Mbedu (que vive Nawi) também merece elogios - reparem como ela transita entre a altivez e a coragem sempre com um certo toque melancolia.

Resumindo, "A Mulher Rei" se destaca como um filme que vai além das convenções do gênero de ação, oferecendo uma abordagem envolvente e relevante culturalmente. Sob a direção de Prince-Bythewood, o filme encontra exatamente o valor de suas sequências de ação poderosas com os momentos de profundidade emocional de seus personagens, resultando em uma experiência cinematográfica das mais cativantes - eu diria que é uma prova da força do cinema em proporcionar um entretenimento impactante e reflexões tão significativas.

Vale muito seu play!

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Desde a sua estreia nos cinemas, "A Mulher Rei" vem colecionando elogios do público e da crítica por evidenciar o poder da mulher ao assumir o protagonismo de sua história sem esquecer do entretenimento de excelente qualidade. Em uma narrativa que mistura vários elementos de "Pantera Negra" com "Vikings", o filme dirigido pela Gina Prince-Bythewood (de "The Old Guard"estabelece uma dinâmica tão interessante que praticamente nos impede de tirar os olhos da tela. Com uma trama consistente, personagens complexos e com conexões realmente emocionantes, além de sequências de ação muito bem coreografadas, "A Mulher Rei" surpreende tanto pela qualidade quanto pela maturidade e justifica a enorme quantidade prêmios que conquistou pelos Festivais ao redor do globo e as duas indicações ao BAFTA 2023 - Melhor Direção e Melhor Atriz.

Na trama acompanhamos Nanisca (Viola Davis) uma comandante do exército do Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos da África nos séculos XVIII e XIX. Durante o período, esse grupo de elite era composto apenas por mulheres que, juntas, combateram seus colonizadores, tribos rivais e todos aqueles que tentaram escravizar seu povo e destruir suas terras. Conhecidas como Agojie, esse grupo foi criado por conta da população masculina que sofria com a violência da guerra e com a frequente comercialização de escravos pelo Império Oyo. Quando um novo inimigo decide destruir seu modo de vida, Nanisca precisa treinar a próxima geração de guerreiras para um sangrento combate que está por vir. Confira o trailer:

A habilidade de Gina Prince-Bythewood em equilibrar ação e emoção ao longo do filme, impressiona - dadas as devidas proporções e respeitando um subgênero mais, digamos, "realista", lembra muito "O Predador: A Caçada". A direção é bastante cuidadosa, com sequências de ação realmente empolgantes, mas também com momentos de introspecção que permitem aos personagens explorar suas motivações e desenvolver relacionamentos, de fato, significativos - essa construção de camadas mais profundas é o que dá certa "alma" ao filme. Aliás, é aí que Prince-Bythewood brilha, ao demonstrar a mesma maestria em criar um ritmo adequado para a narrativa, mantendo a história realmente envolvente do início ao fim.

O roteiro escrito pela Dana Stevens (criadora de uma série que eu adorava chamada "What About Brian" e roteirista de "Paternidade") e pela Maria Bello (de "Treta" da Netflix) proporciona momentos de tirar o fôlego ao mesmo tempo em que traz para discussão temas como propósito e a luta pela justiça, explorando questões filosóficas e éticas de uma maneira bastante interessante. Obviamente que o elenco só potencializa o texto, e nesse ponto Viola Davis toma conta do jogo - ela entrega uma performance emocionalmente complexa, capaz de capturar a dor de uma mulher marcada pelo passado com a mesma vibração e determinação de uma guerreira que parece imortal. A jovem Thuso Mbedu (que vive Nawi) também merece elogios - reparem como ela transita entre a altivez e a coragem sempre com um certo toque melancolia.

Resumindo, "A Mulher Rei" se destaca como um filme que vai além das convenções do gênero de ação, oferecendo uma abordagem envolvente e relevante culturalmente. Sob a direção de Prince-Bythewood, o filme encontra exatamente o valor de suas sequências de ação poderosas com os momentos de profundidade emocional de seus personagens, resultando em uma experiência cinematográfica das mais cativantes - eu diria que é uma prova da força do cinema em proporcionar um entretenimento impactante e reflexões tão significativas.

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O Homem do Norte

"O Homem do Norte" é impressionante visualmente, embora sua narrativa seja um pouco apressada - principalmente no prólogo. E aí, meu amigo, a culpa é do formato de longa-metragem que não permite um cuidado maior na hora de construir uma história repleta de simbolismos que impactam diretamente em inúmeras camadas da personalidade de cada personagem. Em “The Northman” (no original) é possível encontrar todo o talento e a identidade de Robert Eggers, cineasta responsável pelo “A Bruxa” e pelo surreal "O Farol", em uma atmosfera que equilibra perfeitamente fortes elementos teatrais shakespeareanos, ao melhor estilo “A Tragédia de Hamlet”, com épicos de ação, guerra e traição, daqueles grandiosos, como "300" e até "Game of Thrones".

O filme acompanha a história do Príncipe Amleth (Alexander Skarsgard), cuja missão de vida, assim profetizada, é vingar a morte do seu pai, o Rei Aurvandil (Ethan Hawke), que foi covardemente assassinado pelas mãos de seu tio bastardo, Fjölnir (Claes Bang), e assim salvar a sua mãe, a Rainha Gudrún (Nicole Kidman). Vamos ao trailer:

Esse é o primeiro grande filme (em orçamento) de Eggers, um diretor que ganhou notoriedade pela forma como transitou no cinema independente com projetos de gênero (no caso dramas, com fortes referências de terror e suspense psicológico) que fizeram muito sucesso entre os críticos e o público. Aqui, o diretor busca nos contos nórdicos da mitologia viking, um história sangrenta sobre vingança. Aliás, vale dizer que foi Shakespeare quem revisitou a história do Príncipe Amleth e a adaptou aos moldes da sociedade inglesa e não o contrário. Veja, Eggers não reproduz com fidelidade o conto escrito pelo historiador dinamarquês Saxo Grammaticus, que viveu entre os séculos XII e XIII., já que seu Amleth foi, propositalmente, apenas um recorte de uma saga fantástica muito maior, a "Gesta Danorum" - conhecida como a mais importante história medieval da Dinamarca.

Cinematograficamente falando, "O Homem do Norte" chama atenção por alguns elementos que não me surpreenderei se forem lembrados no próximo Oscar. O primeiro, sem dúvida, é a belíssima fotografia do seu parceiro de longa data, Jarin Blaschke - é incrível como Blaschke vai pontuando cada um dos capítulos do filme com cores e enquadramentos que são facilmente percebidos pelo tom dramático da evolução da história. Além de criativo, os planos são perfeitos tecnicamente. O outro ponto que merece nosso aplauso é a trilha sonora - fantástica! Os estreantes Robin Carolan e Sebastian Gainsborough dão um show! E para finalizar, o desenho de produção e o departamento de arte, puxa, impecáveis - reparem como os rituais (que vimos muito na série "Vikings") se integram perfeitamente no cotidiano e nos costumes daquele povo, com o roteiro que respeita a simbologia mitológica da história. A cena em que Björk revela ao Príncipe Amleth sua profecia, talvez seja o maior exemplo disso!

Com elenco afinado e muito bem inseridos na proposta conceitual do diretor, “O Homem do Norte” é um impressionante e verdadeiro espectáculo visual, rico em toda sua essência como obra cinematográfica e honesto com o estilo já estabelecido de Robert Eggers - talvez a única concessão do diretor tenha sido no idioma do filme, que para Eggers faria mais sentido se fosse falado só em nórdico antigo. Em todo caso, você pode esperar uma jornada sangrenta, brutal e empolgante; eu diria que é uma verdadeira viagem no tempo de um trabalho orientado pelos detalhes e pela precisão técnica e artística, mas sem esquecer daquele tempero independente de uma narrativa autoral.

Vale muito a pena!

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"O Homem do Norte" é impressionante visualmente, embora sua narrativa seja um pouco apressada - principalmente no prólogo. E aí, meu amigo, a culpa é do formato de longa-metragem que não permite um cuidado maior na hora de construir uma história repleta de simbolismos que impactam diretamente em inúmeras camadas da personalidade de cada personagem. Em “The Northman” (no original) é possível encontrar todo o talento e a identidade de Robert Eggers, cineasta responsável pelo “A Bruxa” e pelo surreal "O Farol", em uma atmosfera que equilibra perfeitamente fortes elementos teatrais shakespeareanos, ao melhor estilo “A Tragédia de Hamlet”, com épicos de ação, guerra e traição, daqueles grandiosos, como "300" e até "Game of Thrones".

O filme acompanha a história do Príncipe Amleth (Alexander Skarsgard), cuja missão de vida, assim profetizada, é vingar a morte do seu pai, o Rei Aurvandil (Ethan Hawke), que foi covardemente assassinado pelas mãos de seu tio bastardo, Fjölnir (Claes Bang), e assim salvar a sua mãe, a Rainha Gudrún (Nicole Kidman). Vamos ao trailer:

Esse é o primeiro grande filme (em orçamento) de Eggers, um diretor que ganhou notoriedade pela forma como transitou no cinema independente com projetos de gênero (no caso dramas, com fortes referências de terror e suspense psicológico) que fizeram muito sucesso entre os críticos e o público. Aqui, o diretor busca nos contos nórdicos da mitologia viking, um história sangrenta sobre vingança. Aliás, vale dizer que foi Shakespeare quem revisitou a história do Príncipe Amleth e a adaptou aos moldes da sociedade inglesa e não o contrário. Veja, Eggers não reproduz com fidelidade o conto escrito pelo historiador dinamarquês Saxo Grammaticus, que viveu entre os séculos XII e XIII., já que seu Amleth foi, propositalmente, apenas um recorte de uma saga fantástica muito maior, a "Gesta Danorum" - conhecida como a mais importante história medieval da Dinamarca.

Cinematograficamente falando, "O Homem do Norte" chama atenção por alguns elementos que não me surpreenderei se forem lembrados no próximo Oscar. O primeiro, sem dúvida, é a belíssima fotografia do seu parceiro de longa data, Jarin Blaschke - é incrível como Blaschke vai pontuando cada um dos capítulos do filme com cores e enquadramentos que são facilmente percebidos pelo tom dramático da evolução da história. Além de criativo, os planos são perfeitos tecnicamente. O outro ponto que merece nosso aplauso é a trilha sonora - fantástica! Os estreantes Robin Carolan e Sebastian Gainsborough dão um show! E para finalizar, o desenho de produção e o departamento de arte, puxa, impecáveis - reparem como os rituais (que vimos muito na série "Vikings") se integram perfeitamente no cotidiano e nos costumes daquele povo, com o roteiro que respeita a simbologia mitológica da história. A cena em que Björk revela ao Príncipe Amleth sua profecia, talvez seja o maior exemplo disso!

Com elenco afinado e muito bem inseridos na proposta conceitual do diretor, “O Homem do Norte” é um impressionante e verdadeiro espectáculo visual, rico em toda sua essência como obra cinematográfica e honesto com o estilo já estabelecido de Robert Eggers - talvez a única concessão do diretor tenha sido no idioma do filme, que para Eggers faria mais sentido se fosse falado só em nórdico antigo. Em todo caso, você pode esperar uma jornada sangrenta, brutal e empolgante; eu diria que é uma verdadeira viagem no tempo de um trabalho orientado pelos detalhes e pela precisão técnica e artística, mas sem esquecer daquele tempero independente de uma narrativa autoral.

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Planeta dos Macacos: A Origem

"Planeta dos Macacos: A Origem" é entretenimento puro - e se você também demorou para dar o play nessa nova versão do clássico de 1968, saiba que você está perdendo 120 minutos de muita diversão e adrenalina. Dirigido por Rupert Wyatt (da série "The Mosquito Coast") e baseado na obra de Pierre Boulle, esse filme é uma reinvenção ousada e tecnicamente impressionante da icônica franquia de ficção científica composta pelos cinco filmes originais - e que não tem nenhuma ligação com o filme do Tim Burton de 2001. Com um roteiro assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (dupla responsável por "Avatar: O Caminho da Água"), "Rise of the Planet of the Apes", no original, mistura ação e drama, com uma pitada de crítica social nas entrelinhas, para explorar as origens de um dos universos mais fascinantes do cinema. O interessante desse reboot, podemos chamar assim, é que ele equilibra perfeitamente o espetáculo visual com uma narrativa dinâmica e bem construída, criando uma obra que ressoa emocionalmente enquanto expande sua mitologia.

A história acompanha Will Rodman (James Franco), um cientista dedicado a encontrar a cura para o Alzheimer, doença que afeta seu pai, Charles (John Lithgow). Durante seus experimentos, no entanto, Will desenvolve uma espécie de vírus que nos macacos testados, aumenta significativamente sua inteligência. É nesse contexto que nasce César (Andy Serkis), um chimpanzé que herda a inteligência extraordinária do experimento e se torna o centro de uma revolução contra os humanos. Ao longo do filme, a relação entre César e Will evolui, enquanto questões de ética, controle e evolução são exploradas de forma realmente envolvente. Confira o trailer:

Rupert Wyatt dirige o filme com uma abordagem que busca nivelar elementos dramáticos que remetem tanto ao íntimo quanto ao épico. Wyatt constrói, cuidadosamente, a jornada de César, transformando um chimpanzé inocente e curioso em um líder carismático e inspirador - sim, você vai torcer para os macacos contra os seres-humanos (e isso é muito divertido)! Wyatt usa sequências de ação impactantes, mas sem sacrificar o desenvolvimento emocional dos personagens, criando assim uma narrativa que surpreendentemente se torna reflexiva. Obviamente que o gênero pede uma edição dinâmica com uma fotografia que capture tanto a beleza da natureza quanto a opressão dos ambientes controlados pelos humanos, no entanto é essa dicotomia bem pontuada no roteiro que coloca o filme em outro patamar. 

O roteiro de Jaffa e Silver é uma das maiores forças do filme. Ele consegue equilibrar o drama humano com questões éticas de forma acessível e envolvente. A transformação de César é o coração da história, claro, mas o roteiro consegue oferecer bons momentos de introspecção com a mesma potência com que traz a tensão para a narrativa. Ao abordar questões como a exploração científica, os impactos dos testes em animais e os perigos do poder descontrolado, "Planeta dos Macacos: A Origem" ganha musculatura e cria uma conexão interessante com a audiência sem precisar ser verborrágico demais. Aliás, ponto para Andy Serkis - ele entrega uma atuação impressionante como César, mesmo com sua composição em CG. Por meio de captura de movimento, Serkis traz uma complexidade emocional impressionante ao personagem, tornando-o uma figura sensível e poderosa ao mesmo tempo. James Franco também vai bem - ele entrega uma atuação sólida, especialmente na sua relação com John Lithgow, trazendo uma dose significativa de humanidade perante uma relação familiar pautada pela finitude. 

Mesmo datados, os efeitos visuais, criados pela Weta Digital, são um marco na indústria cinematográfica. A captura de movimentos e a animação digital que deu vida ao César (e aos outros macacos) têm um nível de realismo e expressividade sem precedentes - sem dúvida que elevou o filme a um novo patamar técnico (tanto que foi indicado ao Oscar da categoria em 2012). Cada detalhe, desde o olhar de César até suas interações com o ambiente, é meticulosamente projetado para criar uma experiência imersiva e emocionalmente impactante - funciona demais e foi o que abriu espaço para o que viria anos depois. A trilha sonora de Patrick Doyle (de "Frankenstein de Mary Shelley") intensifica o impacto emocional e a tensão do filme, enquanto o espetacular desenho de som destaca o contraste entre os mundos (humano e animal), amplificando a atmosfera de conflito e de transformação. Então, para finalizar um conselho: assista o filme na maior tela que puder e com o som mais alto que suportar, a experiência será sensacional!

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"Planeta dos Macacos: A Origem" é entretenimento puro - e se você também demorou para dar o play nessa nova versão do clássico de 1968, saiba que você está perdendo 120 minutos de muita diversão e adrenalina. Dirigido por Rupert Wyatt (da série "The Mosquito Coast") e baseado na obra de Pierre Boulle, esse filme é uma reinvenção ousada e tecnicamente impressionante da icônica franquia de ficção científica composta pelos cinco filmes originais - e que não tem nenhuma ligação com o filme do Tim Burton de 2001. Com um roteiro assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (dupla responsável por "Avatar: O Caminho da Água"), "Rise of the Planet of the Apes", no original, mistura ação e drama, com uma pitada de crítica social nas entrelinhas, para explorar as origens de um dos universos mais fascinantes do cinema. O interessante desse reboot, podemos chamar assim, é que ele equilibra perfeitamente o espetáculo visual com uma narrativa dinâmica e bem construída, criando uma obra que ressoa emocionalmente enquanto expande sua mitologia.

A história acompanha Will Rodman (James Franco), um cientista dedicado a encontrar a cura para o Alzheimer, doença que afeta seu pai, Charles (John Lithgow). Durante seus experimentos, no entanto, Will desenvolve uma espécie de vírus que nos macacos testados, aumenta significativamente sua inteligência. É nesse contexto que nasce César (Andy Serkis), um chimpanzé que herda a inteligência extraordinária do experimento e se torna o centro de uma revolução contra os humanos. Ao longo do filme, a relação entre César e Will evolui, enquanto questões de ética, controle e evolução são exploradas de forma realmente envolvente. Confira o trailer:

Rupert Wyatt dirige o filme com uma abordagem que busca nivelar elementos dramáticos que remetem tanto ao íntimo quanto ao épico. Wyatt constrói, cuidadosamente, a jornada de César, transformando um chimpanzé inocente e curioso em um líder carismático e inspirador - sim, você vai torcer para os macacos contra os seres-humanos (e isso é muito divertido)! Wyatt usa sequências de ação impactantes, mas sem sacrificar o desenvolvimento emocional dos personagens, criando assim uma narrativa que surpreendentemente se torna reflexiva. Obviamente que o gênero pede uma edição dinâmica com uma fotografia que capture tanto a beleza da natureza quanto a opressão dos ambientes controlados pelos humanos, no entanto é essa dicotomia bem pontuada no roteiro que coloca o filme em outro patamar. 

O roteiro de Jaffa e Silver é uma das maiores forças do filme. Ele consegue equilibrar o drama humano com questões éticas de forma acessível e envolvente. A transformação de César é o coração da história, claro, mas o roteiro consegue oferecer bons momentos de introspecção com a mesma potência com que traz a tensão para a narrativa. Ao abordar questões como a exploração científica, os impactos dos testes em animais e os perigos do poder descontrolado, "Planeta dos Macacos: A Origem" ganha musculatura e cria uma conexão interessante com a audiência sem precisar ser verborrágico demais. Aliás, ponto para Andy Serkis - ele entrega uma atuação impressionante como César, mesmo com sua composição em CG. Por meio de captura de movimento, Serkis traz uma complexidade emocional impressionante ao personagem, tornando-o uma figura sensível e poderosa ao mesmo tempo. James Franco também vai bem - ele entrega uma atuação sólida, especialmente na sua relação com John Lithgow, trazendo uma dose significativa de humanidade perante uma relação familiar pautada pela finitude. 

Mesmo datados, os efeitos visuais, criados pela Weta Digital, são um marco na indústria cinematográfica. A captura de movimentos e a animação digital que deu vida ao César (e aos outros macacos) têm um nível de realismo e expressividade sem precedentes - sem dúvida que elevou o filme a um novo patamar técnico (tanto que foi indicado ao Oscar da categoria em 2012). Cada detalhe, desde o olhar de César até suas interações com o ambiente, é meticulosamente projetado para criar uma experiência imersiva e emocionalmente impactante - funciona demais e foi o que abriu espaço para o que viria anos depois. A trilha sonora de Patrick Doyle (de "Frankenstein de Mary Shelley") intensifica o impacto emocional e a tensão do filme, enquanto o espetacular desenho de som destaca o contraste entre os mundos (humano e animal), amplificando a atmosfera de conflito e de transformação. Então, para finalizar um conselho: assista o filme na maior tela que puder e com o som mais alto que suportar, a experiência será sensacional!

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Planeta dos Macacos: O Confronto

Planeta dos Macacos: O Confronto

No que se propõe, essa continuação é um raro caso de ser tão boa quanto o primeiro filme! "Planeta dos Macacos: O Confronto", dessa vez dirigido por um talentoso Matt Reeves que havia brilhado ao construir uma narrativa incrivelmente tensa e angustiante em "Cloverfield: Monstro" e em "Deixe-me Entrar", é um complemento interessante no projeto de  revitalizar a franquia. Continuando a história iniciada em "A Origem"de 2011, o filme expande sua proposta de modernizar um clássico da ficção cientifica com o equilíbrio magistral entre o drama humano, uma ação de tirar o fôlego e outras reflexões sobre poder, liderança e convivência entre diferentes. 

A trama se passa uma década após os eventos do primeiro filme. A vida como conhecemos foi transformada por uma pandemia causada pelo vírus símio (tema introduzido com muita inteligência em "A Origem"), enquanto os macacos liderados por César (Andy Serkis) prosperam em uma comunidade organizada e isolada nas florestas próximas a São Francisco. A paz entre humanos e macacos é colocada à prova quando um grupo de sobreviventes humanos, liderado por Malcolm (Jason Clarke), precisa acessar uma usina hidrelétrica na área dominada pelos símios para restaurar a energia de sua colônia. Apesar das tentativas de César e Malcolm de estabelecerem um entendimento pacífico, tensões externas e internas, especialmente com Koba (Toby Kebbell), ameaçam desencadear um confronto inevitável que pode mudar a história da humanidade. Confira o trailer:

É inegável a qualidade de Matt Reeves como diretor e ao imprimir sua marca - ele transforma "O Confronto" em uma experiência cinematográfica realmente épica e emocionalmente bem envolvente. Sua habilidade em equilibrar sequências de ação espetaculares com momentos mais intimistas e carregados de significado, eleva o filme a um nível muito interessante de sofisticação - especialmente se pensarmos que aqui temos uma continuação de um reboot! O trabalho de Reeves com seus belos planos e com o desenvolvimento de um ritmo que respeita a gramática do gênero, é exemplar - ele utiliza das nuances da natureza para contrastar a harmonia do mundo dos macacos com o caos e a desesperança de uma sociedade humana devastada. A frase de César "Macaco não mata Macaco", pode até parecer "pronta" demais, mas nesse contexto comparativo ela vem carregada de simbolismo - repare como a direção se aproveita disso para transmitir uma sensação constante de tensão crescente, culminando em um clímax emocionante e devastador.

O roteiro, assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (de "A Origem") com o reforço de Mark Bomback, (de "Em Defesa de Jacob"), traz para a jornada personagens ricos e mais complexos, que tomam decisões moralmente ambíguas. César se desenvolve como um líder carismático e ético, mas que passa a enfrentar os desafios e dúvidas em seu próprio grupo, principalmente com Koba - um macaco traumatizado pelos abusos humanos do passado. Do outro lado, somos apresentados a Malcolm que serve como um contraponto esperançoso ao pragmatismo brutal de Dreyfus (Gary Oldman). A construção desses quatro personagens e a forma como o roteiro explora as nuances das relações entre eles fazem de "O Confronto" uma história capaz de discutir nas entrelinhas, temas como confiança, traição e os perigos latentes do preconceito.

Com uma direção magistral de Matt Reeves, performances marcantes lideradas por Andy Serkis (agora 100% protagonista) e uma narrativa visualmente arrebatadora, com efeitos especiais ainda melhores que do primeiro filme, eu diria que "O Confronto" se consolida como um dos melhores da franquia e que deve ser encarado com um certo destaque na perspectiva do cinema contemporâneo de reinvenção. Esse "Planeta dos Macacos" é mesmo um espetáculo visual, emocionante e reflexivo, que transcende o entretenimento banal para se tornar uma obra profundamente impactante como experiência que vai fazer valer muito o seu play!

Pegue a pipoca e divirta-se!

Assista Agora

No que se propõe, essa continuação é um raro caso de ser tão boa quanto o primeiro filme! "Planeta dos Macacos: O Confronto", dessa vez dirigido por um talentoso Matt Reeves que havia brilhado ao construir uma narrativa incrivelmente tensa e angustiante em "Cloverfield: Monstro" e em "Deixe-me Entrar", é um complemento interessante no projeto de  revitalizar a franquia. Continuando a história iniciada em "A Origem"de 2011, o filme expande sua proposta de modernizar um clássico da ficção cientifica com o equilíbrio magistral entre o drama humano, uma ação de tirar o fôlego e outras reflexões sobre poder, liderança e convivência entre diferentes. 

A trama se passa uma década após os eventos do primeiro filme. A vida como conhecemos foi transformada por uma pandemia causada pelo vírus símio (tema introduzido com muita inteligência em "A Origem"), enquanto os macacos liderados por César (Andy Serkis) prosperam em uma comunidade organizada e isolada nas florestas próximas a São Francisco. A paz entre humanos e macacos é colocada à prova quando um grupo de sobreviventes humanos, liderado por Malcolm (Jason Clarke), precisa acessar uma usina hidrelétrica na área dominada pelos símios para restaurar a energia de sua colônia. Apesar das tentativas de César e Malcolm de estabelecerem um entendimento pacífico, tensões externas e internas, especialmente com Koba (Toby Kebbell), ameaçam desencadear um confronto inevitável que pode mudar a história da humanidade. Confira o trailer:

É inegável a qualidade de Matt Reeves como diretor e ao imprimir sua marca - ele transforma "O Confronto" em uma experiência cinematográfica realmente épica e emocionalmente bem envolvente. Sua habilidade em equilibrar sequências de ação espetaculares com momentos mais intimistas e carregados de significado, eleva o filme a um nível muito interessante de sofisticação - especialmente se pensarmos que aqui temos uma continuação de um reboot! O trabalho de Reeves com seus belos planos e com o desenvolvimento de um ritmo que respeita a gramática do gênero, é exemplar - ele utiliza das nuances da natureza para contrastar a harmonia do mundo dos macacos com o caos e a desesperança de uma sociedade humana devastada. A frase de César "Macaco não mata Macaco", pode até parecer "pronta" demais, mas nesse contexto comparativo ela vem carregada de simbolismo - repare como a direção se aproveita disso para transmitir uma sensação constante de tensão crescente, culminando em um clímax emocionante e devastador.

O roteiro, assinado por Rick Jaffa e Amanda Silver (de "A Origem") com o reforço de Mark Bomback, (de "Em Defesa de Jacob"), traz para a jornada personagens ricos e mais complexos, que tomam decisões moralmente ambíguas. César se desenvolve como um líder carismático e ético, mas que passa a enfrentar os desafios e dúvidas em seu próprio grupo, principalmente com Koba - um macaco traumatizado pelos abusos humanos do passado. Do outro lado, somos apresentados a Malcolm que serve como um contraponto esperançoso ao pragmatismo brutal de Dreyfus (Gary Oldman). A construção desses quatro personagens e a forma como o roteiro explora as nuances das relações entre eles fazem de "O Confronto" uma história capaz de discutir nas entrelinhas, temas como confiança, traição e os perigos latentes do preconceito.

Com uma direção magistral de Matt Reeves, performances marcantes lideradas por Andy Serkis (agora 100% protagonista) e uma narrativa visualmente arrebatadora, com efeitos especiais ainda melhores que do primeiro filme, eu diria que "O Confronto" se consolida como um dos melhores da franquia e que deve ser encarado com um certo destaque na perspectiva do cinema contemporâneo de reinvenção. Esse "Planeta dos Macacos" é mesmo um espetáculo visual, emocionante e reflexivo, que transcende o entretenimento banal para se tornar uma obra profundamente impactante como experiência que vai fazer valer muito o seu play!

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The Last Kingdom

Se você gosta de "Vikings", essa série produzida pela BBC não deixa absolutamente nada a desejar à produção do History Channel. 

Baseada no grande sucesso Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell, "The Last Kingdom" acompanha a jornada do jovem Uhtred (Alexander Dreymon) que foi sequestrado pelos dinamarqueses quando eles invadiram seu reino. Nobre de berço, Uhtred viu toda sua família ser assassinada, mas acabou sendo poupado e  criado como um filho nórdico ao lado de Brida (Emily Cox). Porém a desgraça parece acompanhar Uhtred e quando ele perde sua nova família em um ato de vingança, ele acaba sendo considerado o culpado. Sem chance alguma de explicação e jurado de morte, Uhtred e Brida precisam fugir para o único reino saxão ainda não dominado pelos Vikings: Wessex - comandado pelo aparentemente debilitado Rei Alfredo. Lá, apesar do desgosto de Brida, Uhtred passa a usar seus conhecimentos sobre os hábitos e estratégias dinamarquesas para ajudar o rei, tudo com o propósito egoísta de recuperar Bebbanburg, hoje controlada por seu tio traidor. Confira o trailer (em inglês):

"The Last Kingdom" é realmente muito bom e muito bem realizado - mais uma prova que é possível fazer um produto de qualidade desse gênero, com o cuidado que ele merece, com um roteiro bem trabalhado e sem um custo de produção proibitivo. Embora a história aparente ser complicada demais, cheia de nomes, territórios e deuses, o roteiro trabalha para criar uma linha narrativa quase intuitiva onde uma história vai levando a outra e assim por diante. Tenho a impressão que Vikings é mais dinâmica, mas nem por isso "The Last Kingdom" seja parada, muito pelo contrário, as vezes é até corrida demais, porém não é uma série que aposta em cenas grandiosas como Game of Thrones por exemplo. É uma série de história, não necessariamente de muitas batalhas!

A fotografia e a direção de arte são muito competentes e para quem gosta do gênero, vale muito a pena. Uma informação importante é que a Netflix assumiu a co-produtora a partir da segunda temporada, ou seja, houve um injeção de orçamento o que deu fôlego para, pelo menos, mais 3 temporadas!

Vale seu play!

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Se você gosta de "Vikings", essa série produzida pela BBC não deixa absolutamente nada a desejar à produção do History Channel. 

Baseada no grande sucesso Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell, "The Last Kingdom" acompanha a jornada do jovem Uhtred (Alexander Dreymon) que foi sequestrado pelos dinamarqueses quando eles invadiram seu reino. Nobre de berço, Uhtred viu toda sua família ser assassinada, mas acabou sendo poupado e  criado como um filho nórdico ao lado de Brida (Emily Cox). Porém a desgraça parece acompanhar Uhtred e quando ele perde sua nova família em um ato de vingança, ele acaba sendo considerado o culpado. Sem chance alguma de explicação e jurado de morte, Uhtred e Brida precisam fugir para o único reino saxão ainda não dominado pelos Vikings: Wessex - comandado pelo aparentemente debilitado Rei Alfredo. Lá, apesar do desgosto de Brida, Uhtred passa a usar seus conhecimentos sobre os hábitos e estratégias dinamarquesas para ajudar o rei, tudo com o propósito egoísta de recuperar Bebbanburg, hoje controlada por seu tio traidor. Confira o trailer (em inglês):

"The Last Kingdom" é realmente muito bom e muito bem realizado - mais uma prova que é possível fazer um produto de qualidade desse gênero, com o cuidado que ele merece, com um roteiro bem trabalhado e sem um custo de produção proibitivo. Embora a história aparente ser complicada demais, cheia de nomes, territórios e deuses, o roteiro trabalha para criar uma linha narrativa quase intuitiva onde uma história vai levando a outra e assim por diante. Tenho a impressão que Vikings é mais dinâmica, mas nem por isso "The Last Kingdom" seja parada, muito pelo contrário, as vezes é até corrida demais, porém não é uma série que aposta em cenas grandiosas como Game of Thrones por exemplo. É uma série de história, não necessariamente de muitas batalhas!

A fotografia e a direção de arte são muito competentes e para quem gosta do gênero, vale muito a pena. Uma informação importante é que a Netflix assumiu a co-produtora a partir da segunda temporada, ou seja, houve um injeção de orçamento o que deu fôlego para, pelo menos, mais 3 temporadas!

Vale seu play!

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