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Sobre Milagres e Homens

Diretor
Jonathan Hock
Elenco
Slava Fetisov, Viacheslav Fetisov
Ano
2015
País
EUA

Documentário ml-real ml-empreendedorismo ml-esporte ml-superação ml-ff Disney+ ml-hóquei

Sobre Milagres e Homens

O esporte é incrível em construir narrativas simplesmente sensacionais, mas quase sempre o contexto é tão importante quanto o arco principal e talvez por isso que nos impacte tanto e deixem tantas lições. "Sobre Milagres e Homens", documentário produzido pela ESPN, é mais um filme disposto a contar a façanha do time de hóquei no gelo dos Estados Unidos durante as Olimpíadas de Inverno de 1980, porém com um diferencial fundamental para colocar essa obra naquela prateleira de "Imperdível" - pela primeira vez, essa história é contada pelo ponto de vista de quem perdeu aquele jogo, ou seja, os jogadores da ex-URSS.

Numa sexta-feira à noite, em Lake Placid, Nova York, um grupo de universitários norte-americanos surpreendeu a quase imbatível equipe nacional soviética, na competição de hóquei nas Olimpíadas de 1980. Os americanos começaram a acreditar em milagres naquela noite, já que algumas semanas antes, em um amistoso, os soviéticos haviam humilhado os americanos com um sonoro 10 a 3. Quando os membros da equipe americana conquistaram a medalha de ouro, eles se tornaram um time histórico, mas outro lado nunca havia sido escutado... até aqui.

"Of Miracles and Men" (no original) é muito mais importante do que o simples recorte daquela façanha esportiva que acabou virando filme em 2004 pelas mãos do diretor Gavin O'Connor e com Kurt Russell no papel do lendário treinador Herb Brook. Em "Miracle" (por aqui "Desafio no Gelo") os EUA são os mocinhos e os soviéticos os bandidos, uma escolha narrativa muito diferente do que o diretor Jonathan Hock escolheu para seu documentário. 

A produção da ESPN que venceu o "Sports Emmy Awards" em 2015 é cirúrgica em retratar um lado pouco romântico para os americanos, trazendo para o protagonismo os jogadores soviéticos que estiveram no rinque. Digo pouco romântico, pois estávamos no auge da Guerra Fria, em um ano que os americanos boicotaram as Olimpíadas de Moscou e que usavam do esporte como uma forma de orientar seus cidadãos na promoção de tensão politica onde não existiam "santos" - para se ter uma ideia, o time de hóquei soviético ficou em uma prisão que serviu de vila olímpica durante a competição.

Momentos marcantes para a história estão nesse documentário: a criação de uma cultura vencedora na URSS a partir da chegada do hóquei canadense foi o inicio de uma jornada interessante que teve Anatoly Tarasov como responsável pela formação de um dos maiores times de esporte coletivo já visto. O time de hóquei soviético se tornou uma espécie de Drean Team (sem exageros, como aquele do basquete que encantou em 92). Liderado por Slava Fetisov (o primeiro atleta russo a jogar na NHL em plena Guerra Fria), o quinteto soviético ficou 12 anos sem perder um único jogo olímpico, criou um estilo de jogo que privilegiava o grupo em detrimento do individual e ainda se sobressaia até quando enfrentava os "All Stars" da liga profissional.

Mas como tudo que é revolucionário também é romântico, e depois se torna fanático até se transformar em cínico, o modelo soviético de preparação para eventos esportivos deixou Tarasov em segundo plano para ascender Tikhonov que, como o regime politico do seu país, pautava seu treinamento no controle absoluto e em um playbook com processos rigorosamente definidos. É aí que Slava Fetisov ganha protagonismo no documentário expondo sua relação conturbada com seu técnico e começa a se tornar a referência entre os "Homens" do título que estiveram naquela final olímpica e que precisaram lidar com aquela derrota.

"Sobre Milagres e Homens" fala muito sobre os valores do esporte, mas também sobre politica, sobre hipocrisia, sobre transformação, sobre aprendizados nas derrotas, sobre os perigos do excesso de confiança que vem com as vitórias e, finalmente, fala sobre pessoas. São histórias incríveis contatadas por quem viveu esse período de uma forma muito humana: são jogadores, jornalistas, treinadores e até familiares. Eu diria que o filme é um presente da ESPN, que está disponível no Star+ e te garanto: você não precisa saber nada de hóquei no gelo para se apaixonar por essa obra!

Vale muito o seu play!

Assista Agora

O esporte é incrível em construir narrativas simplesmente sensacionais, mas quase sempre o contexto é tão importante quanto o arco principal e talvez por isso que nos impacte tanto e deixem tantas lições. "Sobre Milagres e Homens", documentário produzido pela ESPN, é mais um filme disposto a contar a façanha do time de hóquei no gelo dos Estados Unidos durante as Olimpíadas de Inverno de 1980, porém com um diferencial fundamental para colocar essa obra naquela prateleira de "Imperdível" - pela primeira vez, essa história é contada pelo ponto de vista de quem perdeu aquele jogo, ou seja, os jogadores da ex-URSS.

Numa sexta-feira à noite, em Lake Placid, Nova York, um grupo de universitários norte-americanos surpreendeu a quase imbatível equipe nacional soviética, na competição de hóquei nas Olimpíadas de 1980. Os americanos começaram a acreditar em milagres naquela noite, já que algumas semanas antes, em um amistoso, os soviéticos haviam humilhado os americanos com um sonoro 10 a 3. Quando os membros da equipe americana conquistaram a medalha de ouro, eles se tornaram um time histórico, mas outro lado nunca havia sido escutado... até aqui.

"Of Miracles and Men" (no original) é muito mais importante do que o simples recorte daquela façanha esportiva que acabou virando filme em 2004 pelas mãos do diretor Gavin O'Connor e com Kurt Russell no papel do lendário treinador Herb Brook. Em "Miracle" (por aqui "Desafio no Gelo") os EUA são os mocinhos e os soviéticos os bandidos, uma escolha narrativa muito diferente do que o diretor Jonathan Hock escolheu para seu documentário. 

A produção da ESPN que venceu o "Sports Emmy Awards" em 2015 é cirúrgica em retratar um lado pouco romântico para os americanos, trazendo para o protagonismo os jogadores soviéticos que estiveram no rinque. Digo pouco romântico, pois estávamos no auge da Guerra Fria, em um ano que os americanos boicotaram as Olimpíadas de Moscou e que usavam do esporte como uma forma de orientar seus cidadãos na promoção de tensão politica onde não existiam "santos" - para se ter uma ideia, o time de hóquei soviético ficou em uma prisão que serviu de vila olímpica durante a competição.

Momentos marcantes para a história estão nesse documentário: a criação de uma cultura vencedora na URSS a partir da chegada do hóquei canadense foi o inicio de uma jornada interessante que teve Anatoly Tarasov como responsável pela formação de um dos maiores times de esporte coletivo já visto. O time de hóquei soviético se tornou uma espécie de Drean Team (sem exageros, como aquele do basquete que encantou em 92). Liderado por Slava Fetisov (o primeiro atleta russo a jogar na NHL em plena Guerra Fria), o quinteto soviético ficou 12 anos sem perder um único jogo olímpico, criou um estilo de jogo que privilegiava o grupo em detrimento do individual e ainda se sobressaia até quando enfrentava os "All Stars" da liga profissional.

Mas como tudo que é revolucionário também é romântico, e depois se torna fanático até se transformar em cínico, o modelo soviético de preparação para eventos esportivos deixou Tarasov em segundo plano para ascender Tikhonov que, como o regime politico do seu país, pautava seu treinamento no controle absoluto e em um playbook com processos rigorosamente definidos. É aí que Slava Fetisov ganha protagonismo no documentário expondo sua relação conturbada com seu técnico e começa a se tornar a referência entre os "Homens" do título que estiveram naquela final olímpica e que precisaram lidar com aquela derrota.

"Sobre Milagres e Homens" fala muito sobre os valores do esporte, mas também sobre politica, sobre hipocrisia, sobre transformação, sobre aprendizados nas derrotas, sobre os perigos do excesso de confiança que vem com as vitórias e, finalmente, fala sobre pessoas. São histórias incríveis contatadas por quem viveu esse período de uma forma muito humana: são jogadores, jornalistas, treinadores e até familiares. Eu diria que o filme é um presente da ESPN, que está disponível no Star+ e te garanto: você não precisa saber nada de hóquei no gelo para se apaixonar por essa obra!

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