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A Mão de Deus

Diretor
Paolo Sorrentino
Elenco
Filippo Scotti, Toni Servillo, Teresa Saponangelo
Ano
2021
País
Italia

Drama netflix ml-real ml-relacoes ml-independente ml-europa ml-familia ml-italia ml-rm

A Mão de Deus

"A Mão de Deus" é o representante da Itália no Oscar 2022 - e com todo merecimento. O filme fala sobre a "solidão", ou melhor, sobre "de repente estar sozinho" e para isso o premiado diretor Paolo Sorrentino retorna a Nápoles em busca de um retrato profundamente nostálgico que se divide em dois momentos: o primeiro é barulhento, colorido, animado - um recorte divertido de uma família napolitana que vivia a expectativa do melhor jogador de futebol do mundo (pelo menos para eles), Maradona, ser contratado pelo time da cidade. O segundo, completamente silencioso, quase monocromático, triste, mas ainda assim maduro para discutir o luto - justamente quando o sonho de ver o Napoli campeão italiano se concretizava graças ao talento do jogador argentino!

Na década de 1980, o jovem Fabietto Schisa (Filippo Scotti) mora em Nápoles junto de seu pai Saverio (Toni Servillo) e sua mãe Maria (Teresa Saponangelo). Embora não seja um rapaz introvertido, Fabietto não tem muitos amigos ou namoradas, tendo como foco se preparar para cursar filosofia na faculdade. Apaixonado pela música e principalmente pelo seu time do coração, o Napoli de Diego Maradona, o jovem sempre se dedicou a família, inclusive seguindo seu irmão Marchino (Marlon Joubert) durante alguns testes para atuar em filmes do cineasta Frederico Felinni - de onde começa a despertar nele um certo interesse pelo cinema, e não necessariamente apenas pela arte. Até que uma tragédia atinge sua família, e Fabietto se vê chegando na maioridade de uma forma cruel e solitária. Confira o trailer:

Com uma narrativa que mistura elementos de "Roma" com o conceito visual e nostálgico de  "Me chame pelo seu nome", "A Mão de Deus" é praticamente um filme de personagem, tendo em Fabietto uma espécie de alter-ego de Sorrentino - mais ou menos como Almodóvar fez no seu "Dor e Glória". Embora aqui a proposta do diretor não seja provocar uma enorme reflexão e muito menos se colocar como um personagem egocêntrico e saudosista como o espanhol, "A Mão de Deus" não deixa de ser um recorte sobre a família napolitana contada por quem viveu aquela história. Filippo Scotti (uma versão carismática de Timothée Chalamet) traz um tom extremamente naturalista, sem nenhum tipo de exagero, para o personagem, criando uma abordagem quase que documental da sua própria vida - nos bons e nos maus momentos.

O interessante da história é que Sorrentino brinca com nossa imaginação em todo momento, como se aquela vida fosse contada apenas a partir das lembranças de Fabietto - o que não necessariamente funciona como um relato fiel dos acontecimentos em si. Será que a Baronesa solitária (Betty Pedrazzi), vizinha da sua família, era realmente daquela forma e reagiu daquela maneira durante o período de luto do jovem? Ou Patrizia (Luisa Ranieri), ela realmente agia daquela forma ou não passava de uma fantasia de Fabietto? E sua irmã, ela realmente vivia trancada no banheiro? Veja, os demais personagens são tão alegóricos que nos faz duvidar sobre a veracidade daquilo que assistimos - agora uma coisa é fato: as reuniões da família Schisa são deliciosas de vivenciar.

"È stata la mano di Dio" (no original) explora paisagens belíssimas da cidade costeira italiana de um modo mágico - mérito do diretor de fotografia Daria D'Antoni. Mas sem dúvida que é na atmosfera nostálgica criada por Sorrentino que o filme ganha um valor inestimável - sua capacidade de estabelecer os laços familiares pelas alegrias de algumas passagens e pela tristeza marcante de outros momentos, mexem com nossos sentimentos mais profundos e criam uma experiência quase sensorial ao pontuar determinadas tradições familiares através da memória, da linha do tempo e, por que não, de Diego Maradona.

Vale muito a pena! 

Assista Agora

"A Mão de Deus" é o representante da Itália no Oscar 2022 - e com todo merecimento. O filme fala sobre a "solidão", ou melhor, sobre "de repente estar sozinho" e para isso o premiado diretor Paolo Sorrentino retorna a Nápoles em busca de um retrato profundamente nostálgico que se divide em dois momentos: o primeiro é barulhento, colorido, animado - um recorte divertido de uma família napolitana que vivia a expectativa do melhor jogador de futebol do mundo (pelo menos para eles), Maradona, ser contratado pelo time da cidade. O segundo, completamente silencioso, quase monocromático, triste, mas ainda assim maduro para discutir o luto - justamente quando o sonho de ver o Napoli campeão italiano se concretizava graças ao talento do jogador argentino!

Na década de 1980, o jovem Fabietto Schisa (Filippo Scotti) mora em Nápoles junto de seu pai Saverio (Toni Servillo) e sua mãe Maria (Teresa Saponangelo). Embora não seja um rapaz introvertido, Fabietto não tem muitos amigos ou namoradas, tendo como foco se preparar para cursar filosofia na faculdade. Apaixonado pela música e principalmente pelo seu time do coração, o Napoli de Diego Maradona, o jovem sempre se dedicou a família, inclusive seguindo seu irmão Marchino (Marlon Joubert) durante alguns testes para atuar em filmes do cineasta Frederico Felinni - de onde começa a despertar nele um certo interesse pelo cinema, e não necessariamente apenas pela arte. Até que uma tragédia atinge sua família, e Fabietto se vê chegando na maioridade de uma forma cruel e solitária. Confira o trailer:

Com uma narrativa que mistura elementos de "Roma" com o conceito visual e nostálgico de  "Me chame pelo seu nome", "A Mão de Deus" é praticamente um filme de personagem, tendo em Fabietto uma espécie de alter-ego de Sorrentino - mais ou menos como Almodóvar fez no seu "Dor e Glória". Embora aqui a proposta do diretor não seja provocar uma enorme reflexão e muito menos se colocar como um personagem egocêntrico e saudosista como o espanhol, "A Mão de Deus" não deixa de ser um recorte sobre a família napolitana contada por quem viveu aquela história. Filippo Scotti (uma versão carismática de Timothée Chalamet) traz um tom extremamente naturalista, sem nenhum tipo de exagero, para o personagem, criando uma abordagem quase que documental da sua própria vida - nos bons e nos maus momentos.

O interessante da história é que Sorrentino brinca com nossa imaginação em todo momento, como se aquela vida fosse contada apenas a partir das lembranças de Fabietto - o que não necessariamente funciona como um relato fiel dos acontecimentos em si. Será que a Baronesa solitária (Betty Pedrazzi), vizinha da sua família, era realmente daquela forma e reagiu daquela maneira durante o período de luto do jovem? Ou Patrizia (Luisa Ranieri), ela realmente agia daquela forma ou não passava de uma fantasia de Fabietto? E sua irmã, ela realmente vivia trancada no banheiro? Veja, os demais personagens são tão alegóricos que nos faz duvidar sobre a veracidade daquilo que assistimos - agora uma coisa é fato: as reuniões da família Schisa são deliciosas de vivenciar.

"È stata la mano di Dio" (no original) explora paisagens belíssimas da cidade costeira italiana de um modo mágico - mérito do diretor de fotografia Daria D'Antoni. Mas sem dúvida que é na atmosfera nostálgica criada por Sorrentino que o filme ganha um valor inestimável - sua capacidade de estabelecer os laços familiares pelas alegrias de algumas passagens e pela tristeza marcante de outros momentos, mexem com nossos sentimentos mais profundos e criam uma experiência quase sensorial ao pontuar determinadas tradições familiares através da memória, da linha do tempo e, por que não, de Diego Maradona.

Vale muito a pena! 

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