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A Grande Descoberta

Diretor
Lisa Siwe
Elenco
Peter Eggers, Mattias Nordkvist, Jessica Liedberg
Ano
2025
País
Suécia

Lançamentos Drama netflix ml-real ml-investigação ml-crime ml-livro ml-nivel-b ml-pf

A Grande Descoberta

"A Grande Descoberta", minissérie sensação da Netflix, está longe de ser genial, mas entrega um ótimo entretenimento - e mesmo sendo sueca, não colocaria o selo "drama policial nórdico" para defini-la. Então vamos por partes. "Genombrottet", no original, é muito envolvente, especialmente por se tratar de um fato real que nos provoca muita curiosidade ao longo dos 4 episódios. Dirigida pela Lisa Siwe (da versão original de "The Bridge") e baseada no livro de não-ficção de Anna Bodin e Peter Sjölund, a obra sabe combinar mistério, ciência e drama em uma narrativa que explora as possibilidades e os dilemas éticos da genealogia genética como a última esperança na solução de um duplo homicídio. Com uma abordagem que mescla realismo e tensão, a minissérie examina as dificuldades de solucionar um crime revoltante e que acabou servindo de oportunidade para revolucionar a adoção da ciência forense na Suécia - o único "porém" é que sua narrativa acaba cedendo a tentação de "roubar no jogo" para parecer mais surpreendente... e não precisava. Isso prejudica nossa experiência? Acredito que não, mas certamente coloca seu roteiro em uma prateleira, digamos, menos elogiável! Mas calma, a investigação é sim emocionante e a reflexão sobre o impacto do passado na busca pela justiça, custe o que custar, também nos move e nos satisfaz como audiência - apenas ficamos com a sensação de que, pelo seu potencial, "A Grande Descoberta" poderia ser ainda melhor!

Pois bem, a trama acompanha a investigação de um assassinato bárbaro e não resolvido que chocou a Suécia nos anos 2000. Durante 16 anos, o incansável detetive John (Peter Eggers) perdeu quase tudo na vida ao se dedicar à busca de um criminoso que marcou sua carreira. Em uma jornada que parecia não ter solução, ele conhece o genealogista Per (Mattias Nordkvist) e ambos decidem trabalhar juntos para tentar descobrir quem é o assassino antes mesmo que o caso seja arquivado pela policia local.

(a Netflix não disponibilizou um trailer da minissérie)

Desde o primeiro episódio, a narrativa explora uma investigação cheia de nuances que durou muitos anos - deixando para depois os fatos que abriram as novas possibilidades de se resolver crimes arquivados, Oskar Söderlund, conhecido por seu trabalho em "Dinheiro Fácil: A Série", constrói um roteiro que tenta equilibrar o rigor investigativo com o drama mais humano, trazendo à tona as implicações emocionais, morais e burocráticas do uso de uma tecnologia avançada para a resolução de crimes. A narrativa, nesse sentido, é habilmente estruturada, alternando entre os pequenos avanços da investigação tradicional e os eventos que sucederam o crime, permitindo que a audiência compreenda o peso histórico do caso e as questões científicas que tornaram possível sua resolução. Veja, enquanto a policia enfrenta desafios técnicos, legais e éticos, a minissérie revela o impacto desse caso na vida de John e das famílias da vítimas - mas nunca se aprofunda em nenhum dos conflitos que propõe.

Lisa Siwe, na direção, imprime uma sensibilidade que combina menos tensão com mais introspecção, evitando sensacionalismos, claro, mas colocando o foco nas consequências pessoais do crime e de sua investigação. Sua abordagem mais flat utiliza uma paleta de cores sombrias e uma cinematografia cuidadosa para refletir a atmosfera de mistério e as emoções contidas dos personagens, mas foge do conceito nórdico de composição visual, ou seja, as paisagens escandinavas, ao mesmo tempo belas e desoladoras, nesse caso não adicionam uma camada conceitual para amplificar a intensidade da narrativa como estamos acostumados a encontrar em outras produções do gênero. O elenco principal, liderado por Peter Eggers, transmite a autenticidade e profundidade emocional. Sua interpretação equilibra a determinação de um investigador que busca a verdade com a empatia de alguém que entende o impacto humano de sua busca por respostas. Mattias Nordkvist também merece destaque, trazendo um certo carisma que realmente contrasta com a complexidade técnica de seu trabalho e com a pressão emocional de ser a última carta da manga.

Apesar de algumas derrapadas, "A Grande Descoberta" é uma minissérie que vai agradar muita gente pela sua fluidez e pouca complexidade. Com episódios de 40 minutos no máximo, encontramos uma dinâmica narrativa bem interessante, onde sempre acontece algo, que diverte sem precisar recorrer ao impacto visual para nos prender ou chocar - o foco, saiba disso, está na investigação pelo viés mais humano em um primeiro momento e depois passa a olhar para certos aspectos técnicos da genealogia genética para servir de ferramenta de discussões éticas e morais onde "o fim pode justificar os meios" passa a ser o gatilho dramático que pauta o desenvolvimento da história.

Vale seu play!

Assista Agora

"A Grande Descoberta", minissérie sensação da Netflix, está longe de ser genial, mas entrega um ótimo entretenimento - e mesmo sendo sueca, não colocaria o selo "drama policial nórdico" para defini-la. Então vamos por partes. "Genombrottet", no original, é muito envolvente, especialmente por se tratar de um fato real que nos provoca muita curiosidade ao longo dos 4 episódios. Dirigida pela Lisa Siwe (da versão original de "The Bridge") e baseada no livro de não-ficção de Anna Bodin e Peter Sjölund, a obra sabe combinar mistério, ciência e drama em uma narrativa que explora as possibilidades e os dilemas éticos da genealogia genética como a última esperança na solução de um duplo homicídio. Com uma abordagem que mescla realismo e tensão, a minissérie examina as dificuldades de solucionar um crime revoltante e que acabou servindo de oportunidade para revolucionar a adoção da ciência forense na Suécia - o único "porém" é que sua narrativa acaba cedendo a tentação de "roubar no jogo" para parecer mais surpreendente... e não precisava. Isso prejudica nossa experiência? Acredito que não, mas certamente coloca seu roteiro em uma prateleira, digamos, menos elogiável! Mas calma, a investigação é sim emocionante e a reflexão sobre o impacto do passado na busca pela justiça, custe o que custar, também nos move e nos satisfaz como audiência - apenas ficamos com a sensação de que, pelo seu potencial, "A Grande Descoberta" poderia ser ainda melhor!

Pois bem, a trama acompanha a investigação de um assassinato bárbaro e não resolvido que chocou a Suécia nos anos 2000. Durante 16 anos, o incansável detetive John (Peter Eggers) perdeu quase tudo na vida ao se dedicar à busca de um criminoso que marcou sua carreira. Em uma jornada que parecia não ter solução, ele conhece o genealogista Per (Mattias Nordkvist) e ambos decidem trabalhar juntos para tentar descobrir quem é o assassino antes mesmo que o caso seja arquivado pela policia local.

(a Netflix não disponibilizou um trailer da minissérie)

Desde o primeiro episódio, a narrativa explora uma investigação cheia de nuances que durou muitos anos - deixando para depois os fatos que abriram as novas possibilidades de se resolver crimes arquivados, Oskar Söderlund, conhecido por seu trabalho em "Dinheiro Fácil: A Série", constrói um roteiro que tenta equilibrar o rigor investigativo com o drama mais humano, trazendo à tona as implicações emocionais, morais e burocráticas do uso de uma tecnologia avançada para a resolução de crimes. A narrativa, nesse sentido, é habilmente estruturada, alternando entre os pequenos avanços da investigação tradicional e os eventos que sucederam o crime, permitindo que a audiência compreenda o peso histórico do caso e as questões científicas que tornaram possível sua resolução. Veja, enquanto a policia enfrenta desafios técnicos, legais e éticos, a minissérie revela o impacto desse caso na vida de John e das famílias da vítimas - mas nunca se aprofunda em nenhum dos conflitos que propõe.

Lisa Siwe, na direção, imprime uma sensibilidade que combina menos tensão com mais introspecção, evitando sensacionalismos, claro, mas colocando o foco nas consequências pessoais do crime e de sua investigação. Sua abordagem mais flat utiliza uma paleta de cores sombrias e uma cinematografia cuidadosa para refletir a atmosfera de mistério e as emoções contidas dos personagens, mas foge do conceito nórdico de composição visual, ou seja, as paisagens escandinavas, ao mesmo tempo belas e desoladoras, nesse caso não adicionam uma camada conceitual para amplificar a intensidade da narrativa como estamos acostumados a encontrar em outras produções do gênero. O elenco principal, liderado por Peter Eggers, transmite a autenticidade e profundidade emocional. Sua interpretação equilibra a determinação de um investigador que busca a verdade com a empatia de alguém que entende o impacto humano de sua busca por respostas. Mattias Nordkvist também merece destaque, trazendo um certo carisma que realmente contrasta com a complexidade técnica de seu trabalho e com a pressão emocional de ser a última carta da manga.

Apesar de algumas derrapadas, "A Grande Descoberta" é uma minissérie que vai agradar muita gente pela sua fluidez e pouca complexidade. Com episódios de 40 minutos no máximo, encontramos uma dinâmica narrativa bem interessante, onde sempre acontece algo, que diverte sem precisar recorrer ao impacto visual para nos prender ou chocar - o foco, saiba disso, está na investigação pelo viés mais humano em um primeiro momento e depois passa a olhar para certos aspectos técnicos da genealogia genética para servir de ferramenta de discussões éticas e morais onde "o fim pode justificar os meios" passa a ser o gatilho dramático que pauta o desenvolvimento da história.

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