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Segunda, 16 Setembro 2019 07:04

Formatos - Precisamos falar sobre... "Terapia de Casais"

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Sessões de terapia não costumam ser o foco dos reality shows de maior sucesso no mercado. Quando aparecem, em geral, é na forma de um ou dois participantes numa sessão com a terapeuta, com muita conversa, choro e, às vezes, algum aconselhamento. A catarse dá um ótimo material para edição, mas de forma moralmente duvidosa. Mas nem sempre é assim:

Há exemplos bons, como "Hoarders" (Acumuladores, no Brasil). Os produtores do formato sabem que dois dias de gravação não são suficientes para resolver o problema de saúde mental de ninguém. O papel dos profissionais ali é apenas de orientação. O esvaziamento da casa do participante é apenas o pontapé inicial para uma longa jornada. Embora não seja amplamente divulgado, a produção paga pelas sessões de terapia dos participantes depois das gravações.


Ou "Sex Box", que parte da interessante premissa (científica) que as pessoas estão mais abertas a falar honestamente sobre seus problemas logo após o sexo. Então casais fazem sexo numa caixa no palco (daí o nome do programa) e imediatamente após, sentam com uma terapeuta para conversar sobre o relacionamento. Pode parecer bizarro, mas funciona.


E há exemplos péssimos, como "Marriage Boot Camp" (VH1) em que os 'terapeutas' estão ali apenas para dar algum tipo de chancela ao título do programa. Um grande pretexto para os barracos entre casais de subcelebridades.


O novo formato do canal norte-americano Showtime "Couples Therapy" é a versão reality show da série 'In Treatment' (HBO). Só que, ao invés de um paciente por episódio (o que seria insuportável na TV), quatro casais intercalam suas histórias em episódios curtos (25 minutos), porém substanciais. Veja o trailer:

A terapeuta de casais do programa, Dra Orna Guralnik, faz as perguntas e os orienta a falarem e se escutarem. Por vezes ela é bem direta e incisiva, quase agressiva, mas representa bem seu papel como espelho psicológico dos participantes. E sabe da responsabilidade que tem quando a câmera está ligada ou não.

O bacana desse tipo de formato é sempre a pesquisa de personagens. Quanto mais variado, melhor. O formato tem conflitos reais, aparentemente sem filtros, mas também recorre aos artifícios necessários a qualquer produção de não-ficção. Os casais são selecionados por um produtor de elenco e autorizaram a gravação. O cenário é construído (hipótese confirmada pelos créditos). São diversas câmeras e mesmo assim, eles conseguem capturar com naturalidade a espontaneidade e intimidade dos casais (elas estão escondidas atrás dos espelhos, como no "Big Brother") - tudo é projetado para que os participantes não tenham nenhum contato com ninguém da produção desde a sala de espera até a saída da sessão.

Agora, o pulo do gato é a edição. Se você já fez terapia, sabe o quanto uma hora de conversa pode não render nada. Daí a escolha de quatro casais (volume de material). O editor escolhe então só os 'melhores momentos'. Junte com a intercalação das histórias e você tem narrativa, clímax e pontos de virada num compacto sobre a existência humana.

Aí você se pergunta: "Mas tem gente disposta a se expor em rede nacional, contando as intimidades dessa forma?". Tem!!!! - Segundo o jornal 'The Guardian', mais de mil casais se inscreveram para o programa. Basta lembrar que até no BBB tem um "confessionário" e que esse ano houve recorde de inscrições para a vigésima edição da casa mais vigiada do Brasil.

Uma curiosidade: E você? Já fez terapia? Conseguiria se abrir sabendo que está sendo filmado?

Até o próximo post.

 

 

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